Notícias

Conheça histórias de antigos trabalhadores que acompanharam a evolução do Porto de Santos

Fonte: A Tribuna On-line
 
Eles integram a história da Autoridade Portuária de Santos (APS)

 
O Porto de Santos faz parte da história de milhares de famílias santistas. Mesmo mudando o nome e o formato de atuação ao longo das últimas décadas, a atual Autoridade Portuária de Santos (APS) já teve 17 mil funcionários.
 
Em cada um deles, uma história pessoal e um laço permamente com o maior porto do Hemisfério Sul.
 
Após décadas de serviços prestados ao trabalho portuário, alguns deles foram homenageados pela APS no mês passado. Placas foram entregues a um grupo de ex-colaboradores da gestora do Porto, como forma de reconhecimento. E ouvir as histórias de deles, é como acionar uma máquina do tempo.
 
Caso de Antonio Bautista Fidalgo, de 72 anos. Atualmente na Secretaria de Portos da Prefeitura de Santos, ele passou 46 anos dentro da APS (que já foi SPA, Codesp e CDS). E viu, de perto, toda sorte de transformações, desde a operação até a área administrativa.
 
“O Porto me deu tudo aquilo que um ser humano pode esperar. Meu pai veio em 1927. Aos cinco anos de idade, eu já brincava lá dentro, na presidência. Ia com ele ao cais. E o cais da minha infância acaba onde é o Concais. O restante, eu vi nascer”, conta ele, lembrando que ingressou no Porto assim que saiu do Exército.

 
A estrutura portuária era bem diferente na década de 1970, ainda como Companhia Docas de Santos. Fidalgo ressalta que toda a operação portuária - com exceções da estiva, conferente de capatazia e o pessoal do bloco, era feita por funcionários de carreira. “Tinha de tudo: mecânico, torneiro, consertador de relógio, aparelho de ar-condicionado. Toda parte elétrica e mecânica, era feita por nós. Não havia terceirização”.
 
As décadas foram passando e, nos anos 1990, a então Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) foi deixando a operação, à medida em que começaram a surgir os contratos de arrendamento. A vida de Fidalgo também mudou, quando passou a exercer outras funções, como assessor da presidência e superintendente de contratos. Deixou a companhia em 2020, com a sensação de dever cumprido.
 
“Passei por cinco presidentes e, ao longo desse período, sem nunca ser chamado pelo Tribunal de Contas (da União, TCU). Deixei a empresa por vontade própria. Nenhum dos meus filhos quis seguir carreira portuária. E também nunca tive envolvimento com política”, destaca.
 
Educação como prioridade
 
Já a trajetória do engenheiro Aluísio de Souza Moreira pelo Porto de Santos começou bem cedo. Ele começou em 1964 como auxiliar de contínuo, algo similar ao menor patrulheiro de hoje, ingressou na Companhia Docas de Santos (CDS) e saiu da então Santos Port Authority (SPA) em 2020. E trajeto foi permeado pela atenção à educação.
 
“Logo que cheguei, pensei que deveria mudar de horário por causa da escola. O diretor, Ismael Coelho de Souza, me deu duas broncas (risos). Segui estudando pela manhã e trabalhando das 14 às 18 horas”, recorda ele, aos 75 anos.
 
Mais tarde, durante o curso de Engenharia, teve espaço para fazer atividades e aulas por todo o dia. E, no doutorado, teve o salário mantido pela empresa durante estadia na Europa.
 
“O diretor disse que era ‘obrigação nossa’, me deram licença remunerada. Isso foi em 2003. Passei por 15 portos entre o Mediterrâneo e a Alemanha. Não vou dizer que ela investiu, mas apoiou e patrocinou todos os estudos que tive na minha vida”, agradece.
 
Hoje, entre as atividades profissionais, ele arruma tempo para stand up paddle e partidas de futebol. Mas Moreira não esquece o que os tempos de porto fizeram por ele.

“Aprendi muito na beira do cais. Trabalhei como engenheiro, coordenador e chefe de departamento até chegar a superintendente de Operações. Mas vejo o Porto como um oásis, uma cidadela que apaixona”, complementa.
 

Imprimir Indicar Comentar

Comentários (0)



Compartilhe



Voltar