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Colunistas de A Tribuna falam sobre prorrogação da GLO no Porto de Santos

Fonte: A Tribuna On-line
 
Possibilidade envolvendo Garantia da Lei e da Ordem foi levantada pelo ministro Flávio Dino
 
Prestes a entregar o comando do Ministério da Justiça e Segurança Pública para assumir uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino anunciou que a operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), em vigor desde novembro no Porto de Santos e em outros portos e aeroportos de São Paulo e do Rio de Janeiro, poderá ser prorrogada por mais seis meses. A declaração foi dada na última quarta-feira.
 
Dino disse que a proposta da prorrogação surgiu em uma reunião realizada com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica, além da direção da Polícia Federal (PF). Segundo o futuro ministro do STF, também surgiu a proposta de extensão do decreto para outros portos e aeroportos, “sobretudo no Nordeste”.
 
A atual GLO, iniciada em 6 de novembro de 2023 e com validade fixada até 3 de maio deste ano, tem foco na dinâmica criminosa do Sul e do Sudeste.A sugestão de ampliar as regiões onde o decreto vale, estendendo a operação para “algum porto e aeroporto de um estado do Nordeste”, deverá ser aprofundada pelo seu sucessor, Ricardo Lewandowski, e levada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
 
A GLO garante aos militares “poder de polícia” nos aeroportos de Guarulhos (SP) e do Galeão (RJ) e nos portos de Santos, Rio de Janeiro e Itaguaí (RJ). Enquanto a medida está em vigor, as autoridades do Exército têm permissão para revistar pessoas, dar voz de prisão e fazer patrulhamento.
 
O dispositivo é uma tentativa de interromper os fluxos de tráfico de drogas e asfixiar as organizações criminosas agindo em locais que funcionam como importantes rotas para os criminosos. Em geral, o dispositivo, previsto em lei, é usado para suprir a falta de agentes das forças tradicionais de segurança. Diante da importância do tema, os colunistas de Porto & Mar, de A Tribuna, também deram seus pontos de vista.
 
Ricardo Pupo Larguesa, engenheiro de computação, sócio-fundador da T2S, professor e pesquisador na Fatec Rubens Lara

“A iniciativa da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em portos e aeroportos é válida e bem-vinda, considerando que estas áreas são estrategicamente utilizadas pelo crime organizado. Contudo, ainda persistem incertezas sobre os custos envolvidos, as ações exatas implementadas e os resultados concretos alcançados. Embora haja relatos de aumento nas apreensões, a falta de informações detalhadas no site do Governo Federal e a ausência de clareza na relação direta com a GLO dificultam a avaliação de sua eficácia. Para reforçar a percepção de melhoria na segurança pública, seria benéfico que as ações e resultados da GLO fossem comunicados de maneira transparente e detalhada à população brasileira, permitindo à sociedade um entendimento claro do impacto desta operação”
 
Angelino Caputo, diretor-executivo da Associação Brasileira dos Terminais e Recintos Alfandegados (Abtra)

“Do ponto de vista da operação portuária e retropotuária, a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) não causou nenhum impacto significativo nos processos de movimentação e armazenamento de cargas nos recintos alfandegados associados da Abtra. No entanto, a sensação de segurança no Porto como um todo aumentou e é sempre bem-vinda, principalmente nos tempos atuais. Dessa forma, entendemos como positiva a prorrogação da medida, bem como sua extensão a outros pontos de fronteira, como portos e aeroportos, por onde transitam os produtos do comércio exterior brasileiro, dando tranquilidade aos profissionais que atuam nessas áreas e credibilidade dos produtos brasileiros no mercado mundial”
 
Luis Claudio Santana Montenegro, engenheiro civil e mestre em Engenharia de Transportes pelo Instituto Militar de Engenharia

“Ações coordenadas para aprimoramentos de eficiência de todas as ordens encontram um ambiente extremamente adequado nos portos. Isso porque os portos, em seu processo de evolução, deixaram de ser simplesmente um ponto de carga e descarga de veículos, passando a exercer uma função estratégica nos diversos aspectos do planejamento de logística. Nesse caso, o tratamento das questões de segurança envolve mais do que o próprio bem-estar da sociedade, mas também funciona como elemento de aumento da credibilidade nacional em cadeias logísticas globais das quais o setor produtivo brasileiro participa, seja com importações ou exportações. Movimentos coordenados para a segurança nacional já fazem parte da rotina portuária e aeroportuária com experiências muito exitosas em combates ao terrorismo, no controle de pandemias, dentre outros. Um excelente exemplo para que novos esforços coordenados sejam ampliados na busca da redução da burocracia para aumento da eficiência, em coordenação logística para evitar congestionamentos nos acessos aos portos”
 

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