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No Dia do Portuário, histórias de crescimento profissional e amor ao trabalho no Porto de Santos

Fonte: A Tribuna On-line
 
Da operação de carga à inovação, passando pela história, trabalhadores portuários se emocionam com ofício
 
Em um setor cuja rotina é marcada por notícias de sucessivas quebras de recordes de movimentação de cargas, tanto em Santos quanto em outros portos do Brasil, o trabalhador tem papel fundamental nesse processo, seja ele do setor operacional, da área administrativa, vinculado ou avulso. Hoje, no Dia do Portuário, A Tribuna conta histórias de profissionais que contribuem para a plena eficiência e o culto à memória do porto santista.
 
A data faz alusão à abertura dos portos brasileiros às nações amigas, em 28 de janeiro de 1808. Dois séculos depois, João Carlos Mendes Serradas, de 55 anos, conta orgulhoso que é um dos representantes da terceira geração de uma família de estivadores, trabalhando com celulose no Porto de Santos. Ingressou no cais aos 22 anos, seguindo os passos do pai, João Rodrigues Serradas Filho, e do avô, João Rodrigues Serradas. Os dois, já falecidos, deixaram como legado o amor ao serviço no cais.
 
“Quase toda minha família seguiu no Porto. Começou pelo meu avô, que veio de Portugal e entrou no Porto em 1930. À época, para atuar no cais tinha quer ter a carta de cocheiro, que ele tirou. O meu pai, também estivador, começou em 1964. O meu irmão mais velho, Valdir, que já faleceu, entrou na estiva em 1984. Eu e meu outro irmão, Válter, começamos como bagres e fomos registrados em 1991. Meus tios e primos também são estivadores”.
 
João Carlos diz que acompanhou toda a evolução do trabalho no cais nas últimas três décadas, da documentação à automação. Ele obteve a carteira emitida pelo Sindicato dos Estivadores de Santos, a chamada carteira preta, em 1991. “Essa é a carteira que eu tanto amo. Ela mudou a minha vida”. Para ele, trabalhar no Porto é mais do que apenas exercer uma ocupação.
 
“Eu sinto muito orgulho do meu pai e do meu avô, que eram estivadores. Eu amo o que eu faço. Ao longo desses anos, eu vi o Porto de Santos crescer, acompanhei a modernização dos equipamentos e do nosso trabalho, operando todo tipo de carga. Eu já opero celulose na mesma empresa há sete anos e adoro o meu trabalho”.
 
Memória
 
Outro profissional dedicado ao seu ofício é o encarregado do Museu do Porto de Santos, Jorge Valias de Souza, de 56 anos. Nascido no Rio de Janeiro, ele ingressou no complexo santista como amarrador de navios. Já exerceu também as funções de instrutor de amarração no Centro de Excelência Portuária de Santos (Fundação Cenep) e delegado sindical do Sindicato dos Operários e Trabalhadores Portuários (Sintraport).
 
Jorge explica que, em 2013, prestou o concurso público da então Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), hoje Autoridade Portuária de Santos (APS), para auxiliar portuário, ingressando no setor de atracação de navios. Ele ressalta que, além da estabilidade do serviço público, buscava “trabalhar em uma empresa que historicamente tem sido fundamental para o desenvolvimento do País”.
 
Pai de três filhos, ele revela que o mais velho, de 19 anos, também está seguindo no setor portuário. “O meu filho é estagiário de TI em um terminal de contêineres localizado na Margem Esquerda, do lado de Guarujá. É muito legal isso tudo. No meu trabalho, por exemplo, tenho a possibilidade de obter novos conhecimentos e gosto do contato com o público. Eu me orgulho em contar a história dos pioneiros do Porto de Santos”.
 
Operações
 
A especialista de planejamento operacional do Tecon Santos, Samanta Odilia Gonçalves Reinert, de 34 anos, ingressou na Santos Brasil com 21 anos. “Eu nunca havia trabalhado em um porto antes e não tinha uma perspectiva de carreira definida. Aqui, as oportunidades começaram a surgir e minha carreira foi tomando forma”.
 
Samanta traça uma linha do tempo e lembra que começou na empresa como estagiária e não parou de evoluir. “Fui promovida a planejadora de pátio de exportação e, agora, minha função é apoiar a equipe de planejamento de pátio e navios, com melhorias de distribuição de carga e auxílio com sistemas operacionais”.
 
Ela comemora oportunidades como participar da “implementação de um sistema operacional inovador” como o TOS (Terminal Operating System), em 2023” e a conquista de uma bolsa de estudos para estudar gerenciamento de portos em um centro de treinamento da Bélgica. “Foi um divisor de águas na minha carreira”.
 
Perguntada sobre o que mais gosta no seu trabalho, declarou: “Eu fico maravilhada com o pessoal dos equipamentos, que tem a grande responsabilidade de movimentar o terminal de fato”.
 
Empregabilidade
 
O secretário de Assuntos Portuários e Emprego de Santos, Bruno Orlandi, comemora os resultados de inserção no mercado de trabalho do Porto de Santos, via Centro Público de Emprego, em 2023. "São mais de 20% dos empregos diretos da Cidade. Isso representa quase 35 mil carteiras assinadas, é o mesmo que falarmos que um em cada cinco santistas trabalha no Porto”.
 
Orlandi apontou o avanço na área de tecnologia. “No atual panorama do Porto, existe uma crescente demanda por profissionais capacitados e flexíveis às inovações tecnológicas”.
 
O secretário salientou que uma das principais metas de sua pasta é “a geração de postos de trabalho e a qualificação profissional continuada, oferecendo programas de capacitação que estejam alinhados com as demandas do mercado portuário".
 

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