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Navios de cruzeiros são gigantes da sustentabilidade com reciclagem de materiais
Fonte: A Tribuna On-line
Embarcações reaproveitam itens e tratam resíduos líquidos
Os navios de cruzeiros são autênticas cidades em que o componente principal é a diversão. Para que isso aconteça da forma ideal para os turistas, outro compromisso é necessário nas embarcações: com a sustentabilidade. Um dos pontos fundamentais está na reciclagem de materiais (alumínio, vidro, plástico e papel) e tratamento de efluentes, os resíduos líquidos (água e esgoto), nos navios que atracam no Porto de Santos e nos demais complexos brasileiros.
"Trata-se de um tema que é uma das grandes prioridades das empresas”, afirma o presidente da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Clia Brasil), Marco Ferraz.
As companhias Costa e MSC estão inseridas neste processo. Na Costa Cruzeiros, o presidente Dario Rustico observa que a sustentabilidade guia todas as decisões tomadas pela empresa. “Os novos navios são cidades inteligentes, onde temos 100% de produtos reciclados”, afirma. Além disso, a Costa enfatiza que 90% das necessidades diárias de água são atendidas pelo uso de dessalinizadores de água marinha – percentual que chega a 100% nos navios mais recentes.
Quatro áreas temáticas, prioridades para a companhia, foram determinadas para o tema da sustentabilidade: avançar em direção à neutralidade climática, regeneração de recursos, capacitação de pessoas e construção de um ecossistema transformador. Além disso, foram traçados outros 21 objetivos e nove tópicos materiais.
Os navios Costa Smeralda e Costa Toscana, ainda fora da temporada brasileira, incorporam uma série de novidades tecnológicas para reduzir ainda mais o impacto ambiental, dentre elas: a necessidade diária de água, que é alcançada diretamente do mar, por meio dos sistemas de dessalinização; o consumo de energia, reduzido ao mínimo com luzes de LED; o projeto do casco do navio, que diminui significativamente o arrasto na água, os elevadores de última geração que recuperam a energia ao reintroduzi-la no sistema de eletricidade; e a coleta e a reciclagem de 100% dos materiais como plástico, papel, vidro e alumínio, que fazem parte de uma abordagem integrada para apoiar projetos de economia circular com a população local dos destinos.
“É responsabilidade. Não temos soluções prontas para tudo, mas estamos investindo dinheiro, tempo e recursos para chegar a um produto com emissão zero de gases estufa até 2050”, observa Rustico.
Reaproveitar é ordem
O presidente da MSC Cruzeiros, Adrian Ursilli, afirma que toda a frota está equipada com o que há de mais moderno em termos de reciclagem, de catalisadores seletivos para redução de gases poluentes na atmosfera e toda a sistemática de tratamento de resíduos líquidos.
“Sustentabilidade é um objetivo e um compromisso inerentes na MSC há muitos anos. Nossos navios construídos nos últimos 15 anos e, mesmo os anteriores, já foram adaptados com maquinário com tecnologia de ponta, onde reciclamos todo tipo de produto: alumínio, vidro, plástico e papel. Coletamos a bordo os materiais, que são separados e desembarcados por intermédios de fornecedores especializados nos respectivos setores de reciclagem”, explica.
Ursilli conta que, desde 2018, a companhia implantou a política de eliminar o plástico de uso único, como copos e canudos. “Qualquer embalagem descartável foi substituída por produtos de papel reciclado ou de uso prolongado, mas, de maneira geral, trocada por recicláveis”, exemplifica.
No caso dos efluentes, o presidente da MSC garante que a água tratada a bordo do navio chega com índice de purificação superior à água de torneira de São Paulo. E o requinte vai além, embora o exemplo seja de uma embarcação longe de mares brasileiros.
“No penúltimo navio que inauguramos, no Catar, o MSC World Europe, fabricamos uma cerveja artesanal a bordo do navio com a água dessalinizada. E essa água, que é purificada, pode ser usada para outros fins: lavandeira, lavagem de utensílios, louças, roupas, do convés e, de novo, ela é tratada. Ela só pode ser descartada no mar depois de alcançar os níveis determinados pelas organizações mundiais do transporte e da saúde”, detalha.
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