Fonte: BE News
Diretor-presidente da Autoridade Portuária de Santos apresentou os principais projetos para ampliar a capacidade operacional e modernizar o complexo marítimo
Novos terminais e obras de infraestrutura vão mudar o cotidiano do Porto de Santos (SP) nos próximos quatro anos, dando origem a um complexo portuário mais moderno e com maior capacidade operacional. A projeção foi apresentada pelo diretor-presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), Anderson Pomini, durante sua participação no painel “Ampliação de capacidade e avanços de governança nos portos e municípios portuários brasileiros”, parte do seminário “Ações para potencializar a competitividade do Brasil e ampliar o protagonismo no mercado internacional”, promovido pelo Grupo Brasil Export como parte de sua missão internacional à França nessa segunda-feira.
Segundo Pomini, uma série de investimentos, tanto públicos como privados, vai ocorrer nos próximos três ou quatro anos e “dará origem a um novo Porto de Santos. Estamos falando de um complexo portuário maior, com maior capacidade e mais sustentável”.
Entre esses projetos, está o Tecon Santos 10, megaterminal de contêineres e carga geral que deve ter seu leilão de concessão realizado no final do ano (confira mais informações nas próximas páginas). Também está prevista a retomada das obras das avenidas perimetrais nas duas margens do complexo, em Santos e em Guarujá, para facilitar os acessos aos terminais. E há planos para a produção de hidrogênio verde a partir da usina hidrelétrica do porto,a Usina de Itatinga.
Além disso, está sendo preparado o aprofundamento do canal de navegação, dos atuais 15 para 16 metros. E já há planos para se chegar logo na sequência a 17 metros, permitindo que navios de maiores dimensões operem no porto totalmente carregados. E para otimizar a troca de dados e possibilitar um melhor serviço de monitoramento das cargas, uma rede 5G será implantada no complexo marítimo.
Complementando essas ações, o Governo Federal estuda ampliar os limites do Porto de Santos, passando sua área oficial (a chamada poligonal) dos atuais 8 milhões para 20 milhões de metros quadrados. Com isso, novos terrenos podem ser destinados para as atividades do cais santista, lembrou Pomini.
A importância dessas ações foram destacadas pelos demais participantes do painel. Mas eles alertaram para a importância da expansão do porto ser acompanhada pela entrega do novo acesso rodoviário, a denominada Terceira Pista da Imigrantes, que já está em projeto pela concessionária do Sistema Anchieta-Imigrantes (o principal acesso rodoviário ao cais), a Ecovias.
“O Porto precisa crescer, mas para isso precisamos ter uma nova ligação entre o Planalto e o Porto ou a carga não chegará”, afirmou o secretário de Assuntos Portuários e Emprego da Prefeitura de Santos, Bruno Orlandi. O prefeito de Cubatão (SP), César Nascimento, já defendeu mais investimentos em acessos. “A Terceira Pista da Imigrantes já será entregue (em 2030) ultrapassada. O aumento de capacidade que teremos já não será suficiente. Precisamos já preparar uma quarta pista”.
O painel também teve a participação do presidente do Complexo Industrial Portuário de Suape, Armando Monteiro Bisneto; e do diretor de Infraestrutura e Gestão Portuária da Companhia Docas do Estado da Bahia (Codeba), Luiz Humberto Castro. A mediação foi do diretor de Comunicação do Fórum Brasil Export, Bruno Merlin.