Fonte: A Tribuna On-line
Mudanças ocorridas em 132 anos evidenciam necessidade de incremento na infraestrutura e modernização das leis
Em meio a uma avalanche de projetos e ao incremento da infraestrutura, o Porto de Santos completa 132 anos se preparando para atender toda a demanda que está por vir. Em 1892, quando o complexo foi fundado, a escolha do local levou em consideração, prioritariamente, a proteção dos navios atracados contra intempéries e ataques piratas. Hoje, as preocupações são outras e envolvem, sobretudo, os acessos para a movimentação das cargas que entram e saem da região.
Mas nem tudo é tão diferente. A execução de obras de infraestrutura, a partir das necessidades do Porto, é uma premissa centenária para garantir o desenvolvimento. Empreendimentos como a São Paulo Railway (primeira linha férrea paulista), a Calçada do Lorena (para que mulas pudessem transitar) e armazéns para atender e estocar demandas e mercadorias marcam a trajetória de crescimento do cais santista.
Antigamente, os atracadouros eram os chamados trapiches, feitos de madeira, verdadeiras pontes que ligavam a terra firme aos navios ancorados. Hoje, os terminais já preparam o cais para receber navios elétricos com shore power (tomadas elétricas). Os trapiches começaram a ser demolidos por volta de 1892, com a organização do Porto.
Quatro anos antes, um grupo formado por nomes que entrariam para a história da região ganhou a concorrência para exploração do Porto por 90 anos. Em 1889, foi criada a Empresa das Obras de Melhoramentos do Porto de Santos. Em 7 de novembro de 1890, houve a assinatura do termo de concessão com a criação da Companhia Docas de Santos (CDS).
Mais de 100 anos depois, a desestatização do Porto chegou a ser cogitada. Além disso, a gestora do complexo já teve outros nomes: Codesp, Santos Port Authority e Autoridade Portuária de Santos (APS), nomenclatura atual. Transições que também marcam épocas e buscam alinhar anseios e expectativas políticas e econômicas.
O cenário mostra que, apesar de a história e a realidade se misturarem, a evolução do Porto de Santos é evidente e o caminho a ser percorrido é só um, o do crescimento sustentável. O Nasmyth ficou para trás, e os esforços devem ser voltados ao universo do MSC Natasha XIII, que ontem quebrou o recorde de maior embarcação a atracar no complexo santista, com 366 metros de comprimento. É seguir em frente, deixando a trajetória como referência e o presente como incentivo.