Fonte: A Tribuna On-line
Conheça o trabalho da parceria envolvendo Praticagem, Capitania dos Portos e Autoridade Portuária
“O mar quando quebra na praia/É bonito, é bonito”. Os versos da clássica música O Mar, de Dorival Caymmi, podem expressar a plástica feita pelas águas, mas não os problemas que elas podem causar. Para isso, é necessário um olhar atento às condições climáticas, munido de conhecimento e de equipamentos, para eventuais ações no caso de o mar atrapalhar a navegação, em uma parceria envolvendo a Praticagem, a Capitania dos Portos e a Autoridade Portuária de Santos (APS).
“O acompanhamento das condições climáticas no Porto de Santos é para informação de vários parâmetros meteorológicos e oceanográficos para a Capitania dos Portos de São Paulo, para que ela decida limitar a entrada de navios ou até fechamento do Porto”, afirma o gerente de Apoio Técnico da Praticagem de São Paulo e responsável pela previsão, capitão de mar e guerra Helder Luiz Puia. Ele, que também é hidrógrafo, trabalha com a atividade há 12 anos na organização.
O hidrógrafo é o profissional que coleta e analisa informações presentes em uma carta náutica. Ele também tem como responsabilidade a elaboração e a divulgação dos avisos aos navegantes, entre eles, previsões meteorológicas ou análises.
“O acompanhamento das condições climáticas é de suma importância para o navegante, uma vez que possui uma relação direta com a segurança da navegação, possibilitando a prevenção de acidentes e fatos da navegação, por meio das informações que são oferecidas àqueles que pretendem ir ao mar”, afirma o capitão dos Portos de São Paulo, capitão de mar e guerra Robledo de Lemos Costa e Sá.
“A Capitania dos Portos de São Paulo é a Autoridade Marítima do Porto de Santos. Portanto, todas as informações são repassadas para ela”, complementa Puia.
Cotidiano
A rotina de trabalho começa às 8 horas, com a atualização da previsão do Núcleo de Pesquisas Hidrodinâmicas (NPH) da Unisanta e com os sensores on-line da Praticagem, repassada ao Centro de Coordenação e Operações de Tráfego (C3OT).
São usados oito anemômetros (medidores de vento), dois ADCP (medidores de altura de onda), três ADCP (medidores de correntes marítimas), cinco marégrafos (medidores de marés) e 13 câmeras ao longo do canal. “Além desses equipamentos citados, também há previsão com modelos matemáticos para previsão”, completa o hidrógrafo.
A periodicidade da observação é de um minuto para o anemômetro, dez minutos para o ADCP de onda, cinco minutos para o de corrente e dez minutos para os marégrafos, todos on-line.
“Trabalho com hidrografia desde 1985 e, na Praticagem, há 12 anos. A tecnologia, principalmente as imagens de satélites e os modelos matemáticos, melhorou e muito a profissão, reservando uma melhor previsão na meteorologia e nos levantamentos topográficos”, afirma Puia.