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Dow quer abrir terminal privado em Aratu para indústrias

Fonte: A Tarde.com.br / Joyce de Sousa
 
Uma das gigantes do setor de químicos e agroquímicos, a Dow Brasil planeja abrir o terminal portuário privado da empresa em Aratu, no município de Candeias, para utilização por outras indústrias instaladas na Bahia. De acordo com a multinacional americana, que já atua no estado há 40 anos, a medida pode triplicar o embarque de químicos na região portuária, contribuindo com o projeto de expansão do Porto de Aratu, que já não suporta a demanda atual. Hoje, somente com os produtos da Dow, o terminal da empresa movimenta por ano  500 mil toneladas de químicos, podendo passar para 1,5 milhão de toneladas, com a consolidação do projeto.
 
A proposta, que já está em análise pelas secretarias estaduais de Desenvolvimento Econômico e Infraestrutura, além da Casa Civil, é aguardada com expectativa pelas indústrias exportadoras, já que a nova política de concessões do governo federal para o Porto de Aratu acabou frustrando as expectativas do setor.
 
Conforme previsto pelo programa federal, serão investidos R$ 326,4 milhões para o terminal de graneis sólidos do porto, medida considerada insuficiente pela Associação de Usuários dos Portos da Bahia (Usuport). A entidade estima a necessidade de, pelo menos, R$ 2 bilhões somente para intervenções mais emergenciais.
 
"Temos uma posição privilegiada e o governo estadual, por sua vez, tem uma estratégia de desenvolvimento para aquela área, desde o Porto de Aratu até o Canal de Cotegipe, e o que estamos tentando é compor, junto com o Estado, a melhor forma da gente participar desse desenvolvimento", afirma o diretor de operações da Dow em Aratu, Rodrigo Silveira. A Dow investiria, no mínimo, R$ 200 milhões no projeto, com possibilidade de expansão, a depender do modelo a ser aprovado.
 
Segundo Silveira, a ideia inicial é ampliar o terminal da empresa, por meio da criação de uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), para a construção de novos tanques de armazenamento e ilhas de carregamento de caminhões, "com a utilização do pier já existente, que já tem condições de ter sua capacidade triplicada", como ressalta o executivo. A SPE investiria na ampliação da infraestrutura do terminal, para depois explorar os serviços portuários junto às empresas interessadas, cujos projetos de expansão estariam barrados por conta das limitações do Porto de Aratu.
 
Pelas estimativas da Dow, caso os governos estadual e federal aprovem este ano o modelo, ainda levaria, no mínimo, cerca de dois anos para a entrada em operação do empreendimento, por conta dos prazos previstos para licenciamentos em geral, além da documentação junto à Marinha. "Daí a nossa urgência em dar o pontapé inicial para o projeto ainda agora em 2015, quando também já poderíamos compor a SPE", diz Silveira, que espera pela análise técnica da equipe estadual.

Novo  negócio
 
O terminal portuário da empresa de Aratu tem sido um dos fatores considerados pela própria Dow para trazer um novo empreendimento do grupo para a Bahia. No próprio complexo industrial de Candeias seria implantada uma fábrica de agroquímicos, complementando a produção já existente no oeste do estado. "Estamos ainda disputando esse projeto com as outras unidades da Dow em toda a América Latina, mas o nosso porto tem sido um diferencial", revela Silveira.    
 
Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Ricardo Alban, "projetos, como o da Dow para a área portuária, são importantes para aumentar a eficiência logística, reduzindo, consequentemente, custos e ampliando a competitividade das empresas baianas". Alban ressaltou a importância da integração com os projetos governamentais.
 
Em visita à Bahia este mês, a presidente Dilma Rousseff até sinalizou que poderia ampliar os investimentos previstos para o Porto de Aratu. As medidas, tidas como emergenciais, são, entretanto, consideradas ainda insuficientes para a demanda do porto baiano.
 

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