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Oh! Oh! Oh!

Fonte: Sindaport / Everandy Cirino dos Santos



Órgão fiscalizador das ações, mandos e desmandos praticados pela diretoria da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), o Conselho de Administração da estatal portuária (Consad) vem priorizando em suas reuniões ordinárias pautas exclusivamente destinadas para avaliações e deliberações referentes às questões relacionadas aos empregados da empresa.
 
O direcionamento para o material humano da estatal portuária se tornou flagrante graças à atuação de um dos membros do colegiado que, por obra dos desígnios de Brasília, a exemplo de Angelino Caputo, também é ex-funcionário do Banco do Brasil, instituição transformada pelos políticos e oportunistas de plantão numa espécie de filial da Autoridade Portuária de Santos.
 
Vale ressaltar que qualquer semelhança com o personagem principal deste texto terá sido mera coincidência, principalmente se observarmos o que dizem os principais dicionários da língua Portuguesa, que cravam: oportunista é aquele que se aproveita das oportunidades, normalmente sem preocupações éticas.  
 
Com tantos problemas de gestão, sobretudo em razão da descontinuidade administrativa decorrente das sucessivas trocas de comando, ainda mais quando alguns legítimos portuários são substituídos por bancários e profissionais de outras áreas, é no mínimo estranha a obstinação pelo assunto e o comportamento do conselheiro. 
 
Deveria o gafanhoto se ater aos diversos contratos irregulares superfaturados e cada vez mais obscuros, bem como aos arrendamentos, aditamentos e prorrogações, ao canteiro de obras que faz da Codesp o paraíso das empreiteiras, à terceirização da mão de obra, ao passivo trabalhista, acessos, dragagem, etc., etc. e etc.
 
Como se vê, e o dito cujo parece que ainda não viu, no maior porto da América Latina problemas é o que não faltam, com destaque para os causados aos montes por gafanhotos que migram de Brasília para Santos sem qualquer conhecimento da atividade portuária.
 
Ao caso específico do Consad, sugerimos ao conselheiro notadamente preocupado e persistente com a situação dos doqueiros uma atuação mais objetiva, ampla e abrangente, até porque seu extenso currículo aparentemente lhe garante (ou pelo menos deveria) vasto e irrestrito conhecimento nos mais variados setores da economia, sem dúvida alguma adquiridos ao longo da invejável carreira construída através da desonrada prática do apadrinhamento político.
 
Apenas para se ter uma ideia do tamanho da "gafanhotagem", além do Banco do Brasil, o inseto profissional já pousou na Empresa de Navegação da Amazônia (Enasa), Companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa), Companhia de Telecomunicações de Santa Catarina (Telesc), Companhia de Telecomunicações do Paraná (Telepar), e Companhia de Telecomunicações do Piauí (Telepisa).
 
E ainda, na Companhia Geradora Térmica de Energia Elétrica (Cgtee), Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), Previdência Complementar - Câmara de Recursos, Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), Companhia Docas do Pará, Conselho Nacional de Previdência Complementar do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG). Ufa!!!!!
 
Nada mal para cargos que, além dos salários são regularmente agraciados com jetons, percentuais de ganhos hierárquicos superiores, hospedagens, veículos, polpudas diárias, auxílios diversos, vale-refeição e benefícios em geral, mordomias inerentes aos mais concorridos executivos do mercado. Ainda assim, de tão "bão", não conseguiu se manter nos cargos por mais de um ou dois anos, em média.
 
Não resta a menor dúvida de que os artífices da extinta Lei de Modernização dos Portos – 8.630/93, atual 12.815/13, se inspiraram no conselheiro do Consad para estabelecer a multifuncionalidade no segmento portuário.  Com tantas horas de voo, o tal gafanhoto deixou para trás apadrinhados históricos que marcaram suas passagens pela empresa de forma absolutamente negativa. De longe coloca no bolso os que habitam a Codesp.
 
Tanta experiência profissional somente seria possível graças ao seu estilo camaleônico de atuação no campo político. Funcionário concursado do Banco do Brasil (de novo!!!!!!), o "atual portuário" já prestou serviços bem como se serviu dos governos José Sarney, Collor de Melo e Itamar Franco.
 
Já no período de Fernando Henrique Cardoso colaborou de forma decisiva na costura de um verdadeiro saco de maldades para os trabalhadores das estatais, atuando como vice-coordenador do Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Dest).
 
Adiante, no governo Lula, obviamente deixou de ser tucano e virou petista convicto sabendo como poucos tirar proveito de toda e qualquer circunstância favorável. Por tudo isso, temos que reconhecer as qualidades do conselheiro por conta de sua invejável peregrinação do Oiapoque ao Chuí, e lhe atribuir o inédito título de Primeiro Super Gafanhoto da Codesp.
 
Por derradeiro, deixamos consignado que estamos de olho na pertinácia do conselheiro em manter o olho gordo nos funcionários da empresa no sentido de que nenhuma surpresa desagradável aconteça ao término do exercício. De forma alguma o Sindaport irá admitir que um mau Papai Noel (que sorrateiramente se anuncia) estrague o Natal da família codespana cantarolando maldosamente pelos bastidores do Consad o famoso hino natalino:
 
Jingle Bells, Jingle Bells
Acabou o papel,
Não faz mal, não faz mal
Limpa com jornal...  
 
A Codesp é que precisa de uma boa limpeza.
 

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