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Pisos salariais tiveram aumento de 2,8% acima da inflação em 2013, aponta Dieese

Fonte: O Globo



Os pisos salariais negociados no ano passado tiveram aumento médio de 2,8% acima da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), segundo pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgada nesta quarta-feira. A alta é superior à aplicada sobre o salário mínimo, que subiu 2,6% acima da inflação no ano passado, mas metade do que o aumento real médio de 5,8% obtido em 2012.
 
De acordo com o Dieese, 95,3% das negociações que envolveram o salário-base conseguiram reajustes acima da inflação, contra 98% no ano anterior. Ao longo de 2013, foram acompanhadas 685 unidades de negociações dos setores da indústria, comércio, serviços e rural, sendo que 29,8% tiveram aumentos salariais entre 2,01% e 3%; 21,5% conseguiram ganhos entre 1,01% e 2%; e 16,1% entre 3,01% e 4%. Somente 2,9% não conseguiram ganhos acima da inflação e 1,8% aceitaram reajuste igual ao INPC.
 
Os valores acordados variaram de R$ 678, equivalente ao salário mínimo vigente em 2013, a R$ 3.600. Após os reajustes, o valor médio dos pisos foi de R$ 879,04, aproximadamente 9% maior do que a média de 2012. Segundo o estudo do Dieese, os setores com maior incidência de ganhos reais foram comércio e indústria — ambos em torno de 97%. Reajustes abaixo da inflação foram mais vistos no setor rural (com 7% das negociações não alcançando a inflação) e de serviços (5%).
 
Ainda segundo o Dieese, todas as categorias tiveram pisos salariais iguais ou muito próximos do mínimo nacional, de R$ 648. Os maiores pisos foram registrados nos acordos dos metalúrgicos (R$ 2.038), profissionais da saúde (R$ 3.600), profissionais de comunicação (R$ 2.651) e bancários (R$ 2043). Já as menores disparidades foram observadas nos setores com os menores ganhos, como a indústria do vestuário (R$ 850).
 
O técnico do Dieese e responsável pela pesquisa, Luis Ribeiro, avalia como positivos os resultados de 2013, apesar de terem ficado abaixo de 2012, ano considerado “atípico” em função do reajuste de 7% no Salário Mínimo, percentual que acabou puxando para cima a média dos ganhos reais nos pisos de todas as categorias naquele ano.
 
— Isso (o aumento médio real de 2,8%) não representa um retrocesso. 2012 foi um ano excepcional pelo aumento do Salario Mínimo e por outros fatores, que contribuíram para ganhos de 5,65 nos pisos salariais em todo o país — disse ele.
 
Segundo Ribeiro, desde 2009, quando o Dieese começou a pesquisa sobre os ganhos reais dos pisos salariais, as negociações têm conquistado aumentos reais acima dos reajustes salariais. Entre 2010 e 2013, os ganhos reais ficaram entre 2,8% e 5,6%, enquanto os trabalhadores com salários acima do piso tiveram aumentos reais, em média, entre 1% e 2%.
 
Para 2014, a expectativa, diz o economista do Dieese, é de um ano melhor que 2013 para os trabalhadores que recebem o piso da categoria. Pelas negociações ocorridas no primeiro semestre, os resultados de 2014 tendem a ser ligeiramente melhor que 2013, observa Ribeiro. Categorias como a de limpeza e transportes públicos tiveram negociações com ganhos reais significativos. É o caso dos garis do Rio que tiveram um reajuste de 37% no salário-base, de R$ 803 para R$ 1.100.
 

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