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Sindicato vai à Justiça contra a Santos Brasil por demissão de estivador homossexual

Fonte: AssCom SindEstiva

 
O Sindicato dos Estivadores de Santos, São Vicente. Guarujá e Cubatão aguarda apenas o fim do pequeno recesso judiciário, na próxima terça-feira, 22, para denunciar na Justiça do Trabalho a empresa portuária Santos Brasil S/A por assédio moral e intolerância sexual que, segundo a entidade, provocaram a demissão de um estivador homossexual. 
 
De acordo com a direção do sindicato, o portuário Donizeti Aparecido Machado foi desligado após indicar seu parceiro como dependente nos planos de benefícios oferecidos pela empresa. A designação do companheiro levou o estivador à demissão menos de trinta dias após ter sido contratado pelo regime de vínculo empregatício, acusa o sindicato.
 
O presidente da categoria, Rodnei Oliveira da Silva, esclareceu que o trabalhador buscou ajuda do sindicato depois de sofrer todo tipo de humilhação nas dependências do terminal de contêineres após revelar sua orientação sexual. "O companheiro nos disse que foi levado a uma sala por dois seguranças da empresa, que passaram a ofendê-lo e interrogá-lo sobre sua condição de homossexual".   
 
Segundo o sindicalista, a notícia logo se espalhou gerando revolta e indignação dos demais profissionais da categoria e da direção do Sindestiva. "É inadmissível que o maior terminal portuário do País adote uma política discriminatória, preconceituosa e pouco civilizada enquanto o mundo inteiro discute o fim da homofobia", ressaltou. Localizada na margem esquerda do complexo santista, a empresa pertencente aos grupos Opportunity, de Daniel Dantas, e Multi, de Richard Klien, movimentou 1.171.726 contêineres em 2013. 
 
Conhecido na beira do cais popularmente por Maguila em razão do seu avantajado porte físico, Donizeti é estivador desde 1991. Recrutado pela Santos Brasil nos termos do acordo de vinculação parcial da categoria firmado com o Sindestiva no final de 2013, o portuário atendeu todas as exigências e pré-requisitos estabelecidos pela contratante, sendo admitido em 16 de marco de 2014. O desligamento ocorreu em 11 de abril.
 
"São quase vinte e cinco anos de serviços prestados, trabalhando com extrema dedicação dia e noite, sob sol ou chuva em todas as fainas possíveis, mantendo sempre uma postura séria e acima de tudo profissional, que o credenciaram a ser  respeitado não apenas pelos estivadores como também pelos companheiros das demais categorias", salientou Rodnei, que prometeu ir até as últimas consequências para defender os interesses, a honra e a moral do estivador homossexual.
 
Para tanto, ele já determinou ao departamento jurídico da entidade a adoção das providências visando o ingresso da ação reparatória. "O trabalhador foi vítima de uma violência psicológica sem precedentes na história do Porto e teve seus direitos básicos violados, recebeu tratamento desumano e degradante, configurados como crime na legislação vigente", afirmou o advogado do sindicato, Marcello Vaz dos Santos.
 
Na avaliação do patrono do Sindestiva, ao optarem pela conduta homofóbica os funcionários da Santos Brasil agiram de maneira arbitrária e contrárias aos valores democráticos. "Faltou razão e bom senso, e sobrou ultraje, galhofas e ações intimidatórias", destacou Vaz, que na próxima semana ingressará na Justiça do Trabalho requerendo indenização por danos morais, entre outros, e reintegração do portuário aos quadros da empresa. O Ministério Público do Trabalho também será acionado para acompanhar o inédito impasse no Porto de Santos. 

 


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Comentários (1)

EDIVAL
Data: 17/04/2014 - 04h25
Nosso país tem de mudar urgente,só quem sente na pele e na alma sabe a dor do preconceito por ser diferente,a violencia esta instalada em nosso país de todas as formas. Quero um país melhor.


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