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Porto de Santos bate recorde histórico e supera 179 milhões de toneladas em 2025

Fonte: BE News
 
Balanço apresentado pela APS aponta crescimento em relação a 2024, avanço acumulado de 7% em cinco anos e prevê ciclo de investimentos de R$ 12,5 bilhões até 2028
 
O Porto de Santos (SP) encerrou 2025 com a maior movimentação de cargas de sua história. Segundo balanço apresentado na última sexta-feira (12) pelo presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), Anderson Pomini, o complexo portuário superou 179 milhões de toneladas movimentadas ao longo do ano, resultado que representa crescimento em relação a 2024 e consolida uma expansão acumulada de 7% nos últimos cinco anos.
 
Os dados divulgados pela APS mostram que o desempenho foi impulsionado por recordes mensais ao longo do ano, com destaque para novembro, quando mais de 16 milhões de toneladas passaram pelo cais santista, o maior volume já registrado para o mês. O balanço reúne números operacionais, projeções de investimentos e um conjunto de intervenções estruturais previstas para o período entre 2024 e 2028.
 
Durante a apresentação, Pomini detalhou que o ciclo de investimentos em curso no Porto de Santos soma R$ 12,5 bilhões, considerando recursos públicos previstos até 2028. Segundo ele, o montante representa um volume 174 vezes superior ao registrado entre 2019 e 2023, período anterior à atual gestão. Os recursos envolvem obras de infraestrutura, melhorias operacionais, projetos de mobilidade urbana e ações de sustentabilidade energética.
 
Entre os números operacionais destacados no balanço, o presidente da APS ressaltou a evolução da movimentação de contêineres. “Em outubro, movimentamos mais de 550 mil contêineres, o maior volume mensal da série histórica do Porto de Santos”, afirmou. O resultado acompanha a ampliação da capacidade instalada e a reorganização das áreas operacionais do complexo.
 
No campo da infraestrutura, o plano de investimentos inclui obras financiadas pelo Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Um dos projetos citados foi o conjunto de acessos viários da margem direita, na região da Alemoa, com conclusão prevista até o fim de 2026. Também estão previstos dois viadutos em uma nova área operacional, com início das obras estimado para o segundo semestre de 2026.
 
Aprofundamento
 
Outro ponto abordado foi a ampliação da capacidade de navegação. Segundo o planejamento apresentado, o canal do Porto de Santos deverá passar por um aprofundamento progressivo de até 17 centímetros ao longo dos próximos três anos. A medida faz parte do conjunto de ações voltadas à melhoria da eficiência logística e à recepção de embarcações de maior porte.
 
No horizonte de expansão do complexo, Pomini confirmou a previsão de leilão do Tecon Santos 10 para março. O terminal, apontado como o maior projeto de contêineres da história do porto, deverá ampliar em cerca de 50% a capacidade de movimentação do complexo. De acordo com o presidente da APS, a empresa vencedora da concessão terá obrigação contratual de investir aproximadamente R$ 2 bilhões apenas em obras.
 
O balanço também abordou a ampliação da poligonal do porto. Segundo Pomini, a expectativa é que a autorização do Ministério de Portos e Aeroportos para a expansão da área portuária seja concedida até o fim do mês. A medida permitirá a incorporação de novas áreas ao complexo, com impacto direto na capacidade operacional e na atração de novos empreendimentos.
 
Palafitas
 
Além das obras portuárias, a APS apresentou ações de reordenamento urbano associadas aos projetos de infraestrutura. Um dos compromissos anunciados foi a eliminação das palafitas existentes na área portuária até 2026. A Autoridade Portuária informou que investe cerca de R$ 50 milhões na construção de moradias para reassentar famílias que vivem em áreas precárias às margens do complexo.
 
“É um contrassenso um equipamento de infraestrutura desse porte, que vai receber bilhões em investimentos, ainda ter pessoas vivendo em palafitas na sua margem. Isso precisa ser corrigido”, afirmou Pomini. Segundo ele, o processo ocorrerá por meio da substituição direta das moradias. “É troca de chave: a chave da casa pela chave da palafita. Com isso, liberamos a área para o canteiro de obras do túnel Santos-Guarujá”, explicou.
 
A reorganização territorial citada no balanço está diretamente associada ao projeto da ligação seca entre Santos e Guarujá. De acordo com Pomini, a assinatura do contrato do túnel está prevista para o início de 2026, com início das obras ainda no mesmo ano. O empreendimento depende da liberação de áreas estratégicas e da requalificação urbana promovida pelo Porto de Santos.
 
O presidente da APS também destacou a implantação de dois condomínios logísticos para organizar o fluxo de caminhões que acessam diariamente o complexo portuário. Segundo ele, cerca de 20 mil veículos circulam pelo porto todos os dias, e parte deles chega fora do horário de agendamento, gerando impactos viários nos bairros do entorno.
 
“Cerca de 20 mil caminhões acessam o complexo portuário todos os dias. Muitos chegam fora do horário de agendamento e acabam parando nas ruas, em frente às casas das pessoas. Essa responsabilidade o Porto chamou para si e vai resolver”, afirmou.
 
Na margem direita, o condomínio logístico será implantado em uma área de aproximadamente 500 mil metros quadrados, localizada atrás do terminal da BTP, com foco no atendimento ao futuro Tecon 10 e à transferência do terminal de cruzeiros. Na margem esquerda, a área escolhida fica atrás da região da Conceiçãozinha, no Guarujá, com mais de 300 mil metros quadrados, já considerando a futura operação do túnel.
 

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