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Execução de obra do túnel não vai paralisar o canal aquaviário

Fonte: BE News
 
Autoridade Portuária vai criar um comitê técnico para atualizar os impactos nas atividades portuárias
 
No terceiro e último dia de audiência pública referentes ao projeto do túnel imerso Santos e Guarujá o destaque ficou por conta de qual será o tamanho do impacto da execução da obra terá nas atividades portuárias, principalmente na questão que envolve a navegação de navios de carga pelo canal de acesso ao Porto de Santos (SP). De acordo com a Autoridade Portuária (APS), o canal não será totalmente paralisado para o afundamento das estruturas do túnel. Além disso, será criado um comitê técnico para decidir ações em conjunto para a execução dos trabalhos.
 
A última audiência pública do túnel lotou o auditório da Autoridade Portuária. Para receber o alto números de autoridades e demais munícipes, foram inseridas cadeiras ao longo dos dois corredores do salão da APS.
 
O supervisor de projetos da APS, Reginaldo Ortega, fez uma apresentação dos impactos rodoviários e aquaviários no Porto de Santos. Na margem direita, em Santos, está prevista a demolição e futura reconstrução do cais da Marinha do Brasil, além de remanejamentos da Avenida Perimetral e da linha férrea do corredor de exportação.
 
Já na margem esquerda, em Guarujá, o trecho da linha férrea será instalado a doca seca, área para construção da estrutura do túnel. Haverá o remanejamento da linha ferroviária que movimenta cargas para os terminais por sobre a doca seca, segundo explicou Ortega.
 
“A deposição dos módulos, que serão construídos na doca seca, acontece muito rápido. Então, há possibilidade de usar parte do canal para a navegação dos navios de carga. Isso era uma preocupação que a comunidade teve, se durante esses trabalhos, haveria paralisação completa do canal”, disse.
 
Segundo o diretor-presidente da Autoridade Portuária de Santos, Anderson Pomini, o planejamento é que a obra seja executada com o menor impacto possível, principalmente tratando do canal aquaviário.
 
“Mais importante que qualquer construção ou planejamento, são as operações portuárias. Elas não podem parar. Algum impacto, não teremos, mas vamos contar com um estudo, que foi contratado, que pretende zerar o máximo possível esses transtornos para a operação portuária”, comentou.
 
Durante a audiência, Pomini revelou que será criado um comitê técnico com todos os atores envolvidos. Ele destacou a participação dos operadores no diálogo sobre o projeto.
 
“Não faremos nada sem a participação e colaboração dos operadores portuários. Após a contratação da empresa vencedora, vamos criar uma comissão entre representantes da empresa, Autoridade Portuária e os operadores para decidirmos em conjunto a data de execução da obra, data de interdição parcial do canal. Serão ações compartilhadas e as decisões tomadas em conjunto”, explicou.
 
Ganhos logísticos
 
Um dos pontos destacados e comunicados ao público presente é que, mesmo com o túnel concluído, a tendência inicial é que o serviço de balsas entre Santos e Guarujá continue, mas em uma frequência menor. Com isso, há expectativa de que isso facilite e aumente a eficiência da chegada e saída de navios do Porto de Santos.
 
Ainda sem falar em números ou mesmo a quantidade de navios que podem entrar no canal de acesso em menos tempo, o presidente da APS destacou os pontos positivos do túnel visando a logística integrada.
 
“A obra do túnel vai poder gerar impacto positivo para entrada e saída de navios, assim reduzindo o uso das balsas. Além de outros benefícios, como o calado aéreo. Ao lado da construção do túnel, estamos conectando e contratando diversos serviços com boa tecnologia para aprimorar e ganhar velocidade, volume e maior eficiência do porto, que é o VTMIS”, comentou Pomini, referindo-se ao Sistema de Gerenciamento e Informação do Tráfego de Embarcações.
 
A audiência pública contou com as participações de Raquel Carneiro, diretora de Assuntos Econômicos e Financeiros da Companhia Paulista de Projetos (CPP); Gabriela Costa, chefe de gabinete do Ministério de Portos e Aeroportos; Amanda Seabra, diretora do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI) da Casa Civil; e Alber Vasconcelos, diretor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). A sessão foi presidida pelo diretor-geral da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), Milton Persoli.
 

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