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Tecnologia modela perfil do trabalho no Porto de Santos

Fonte: A Tribuna On-line
 
Profissionais se adaptam às transformações
 
Como um bom “senhor” de 132 anos, o Porto de Santos já viu transformações de toda ordem. Dos trapiches do século 19 aos modernos terminais de agora, só uma coisa não mudou: a necessidade da força do trabalhador portuário. Ele se atualiza, se recicla, mas segue imprescindível para movimentar o maior porto do Hemisfério Sul.
 
O perfil desse profissional também se transformou ao longo do tempo. Exigências como boa formação, desenvolvimento de competências e afinidade com a tecnologia ajudam a compor esse quadro de necessidades. Mas o que norteia, de fato, é o interesse verdadeiro pelo trabalho portuário.
 
“A primeira coisa que a pessoa precisa ser é qualificada. Entendo qualificação como ter uma faculdade, um ensino superior, falar inglês... Aí depois, fazer um curso para ser habilitado a trabalhar no Porto. E, então, ser treinado. São necessárias competências para entrar no setor portuário e, sobretudo, se manter nele”, afirma o presidente do Grupo Incatep, João Gilberto Campos.
 
Ele vê dois tipos claros de trabalhadores que necessitam de aprimoramento profissional: o “controller”, que trabalha na área administrativa; e o pessoal mais operacional, operadores de máquinas. A partir da opção feita, há várias ferramentas disponíveis. “A pessoa aprende a fazer um plano de carga, por exemplo. Mas o trabalhador precisa estudar. Muitas vezes a gente é procurado por jovens, dizendo que seria bom ter “um conhecido” no Porto. Isso não existe mais”, raciocina.
 
A versatilidade é outra condição bastante reconhecida pelas empresas portuárias. “A pessoa precisa entender é que ela vai fazer várias funções. Precisa operar vários equipamentos. A empresa vai te pagar um salário e vai te escalar no equipamento que tiver disponível”, argumenta.
 
Tecnologia aliada
 
A automação dos processos não é uma inimiga dos profissionais que trabalham no setor portuário, mas deve ser vista como uma oportunidade especial. Essa é a visão de Luiz Carlos Damasio, diretor comercial da ConsulData, empresa de Consultoria e soluções de tecnologia.
 
Para ele, a tecnologia usada intensivamente no segmento logístico-portuário, é utilizada quase que amplamente em outros segmentos industriais. “O profissional que carrega uma boa bagagem, experiência não só acadêmica, mas também no ambiente empresarial, é facilmente recrutado”, explica.
 
Ele salienta que a maioria dos segmentos privados que operam no Porto emprega serviços de tecnologia que uma empresa normal também utiliza, como automatização de tarefas, sistemas de vigilância e controle de processos.
 
“Esses tipos de sistemas, muito comuns nas empresas privadas não-portuárias. A maioria delas tem sistema de operação de pátio, de vigilância eletrônico-digital, utilizam ferramentas de processamento de imagem em tempo real, que podem agilizar os processos de manuseio de cargas, por exemplo”, acrescenta.
 
A chamada Internet das Coisas (Internet of Things, ou IoT, na sigla em Inglês), para Damasio, é uma mistura de coisas antigas como telemetria e controle remoto. Como praticamente toda empresa portuária possui hoje uma rede privada de internet, que permite toda a sorte de comunicação, saber trabalhar com redes é essencial.
 
“Um bom profissional de tecnologia precisa entender de rede. Porque a IoT tem como premissa, seja ela cabeada ou sem fio. conectar determinados dispositivo à rede da empresa, dentro dos seus processos”, diz. “A tecnologia vai sempre exigir que o profissional se aprimore. Caso contrário, não passa para o estágio seguinte na própria profissão”, finaliza.
 

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