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Ibama estabelece uma semana para empresa limpar costa de SP após queda de contêineres no mar

Fonte: G1 Santos
 
Subiu para 46 o número de caixas que caíram de navio. Empresa foi multada em R$ 150 mil por prefeitura.

 
A Log-In, armadora do navio de onde caíram 46 contêineres no mar na sexta-feira (11), tem até o fim desta semana para retirar da região costeira de São Paulo os resíduos ocasionados pelo acidente. O prazo foi estabelecido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na segunda-feira (14).
 
Na madrugada de sexta, as caixas metálicas foram lançadas ao mar, a quatro quilômetros da costa, depois que o navio Log-In Pantanal foi atingido por ondas de até 4,5 metros. A embarcação aguardava para realizar manobra de entrada no Porto de Santos. Mercadorias, que ficaram espalhadas, foram saqueadas.
 
A notificação definindo um prazo para a Log-In limpar praias, rochedos e áreas marítimas foi lavrada pela agente ambiental federal Ana Angélica Alabarce, que integra o grupo de emergências do órgão. Em paralelo, ela também notificou a empresa a apresentar um plano de retirada dos contêineres do mar.
 
"Esse plano deve ser apresentado em 24 horas, a contar desta segunda-feira, com um cronograma detalhado. Por mais que não tenha ocorrido vazamentos de substâncias, houve impacto ao ambiente. Ainda analisamos as dimensões, mas é preciso uma ação efetiva e rápida de reparo com responsabilidade", disse.
 
Segundo Ana Angélica, 47 contêineres sinistraram. Um deles foi esmagado a bordo durante o acidente. Todos os demais foram lançados ao mar, e alguns abriram com o impacto na água, espalhando a carga pela região costeira. Inicialmente, a empresa informou à Marinha do Brasil que 45 caixas metálicas tinham caído.
 
A agente ambiental federal disse, ainda, que a Log-In apresentou no domingo (13) a lista com todas as mercadorias que estavam armazenadas nos compartimentos perdidos no ocorrido. "Constatamos que não há substâncias químicas, mas uma equipe que formamos ainda está analisando todas as informações repassadas".
 
No balanço mais recente, oito contêineres já tinham sido localizados e mapeados. Dois deles estavam encalhados na praia Saco do Major, em Guarujá. Os resíduos encontrados motivaram a administração municipal a aplicar multa contra a armadora do navio em R$ 150 mil e exigir limpeza da orla em até sete dias.
 
As equipes da Prefeitura de São Vicente também encontraram produtos hospitalares espalhados pela Praia dos Milionários, provenientes de um contêiner que estourou. O material foi apreendido pela equipe do Pelotão Ambiental. A prefeitura não informou se aplicou alguma multa contra a armadora.
 
As administrações de Santos, Praia Grande e Bertioga informaram que as equipes de prontidão ainda não constataram nas praias impactos ocasionados pelo acidente com o navio da Log-In. Entretanto, assinaram, junto com outras cinco cidades da Baixada Santista, uma carta aberta cobrando ação rápida e transparente.
 
"Alarmante é o silêncio com que as autoridades portuárias trataram o tema", pontuaram no texto divulgado na segunda-feira (14), que somente não foi assinado por representante de Peruíbe. "Acidentes acontecem. Que todos estejamos preparados, alertas e definitivamente unidos para atuarmos conjuntamente".
 
Por nota, a armadora confirmou o novo balanço de contêineres acidentados e afirmou que a limpeza das praias e as buscas por contêineres submersos já foram iniciadas. "A Log-In não está medindo esforços para alcançar a mais rápida solução deste incidente e não há previsão para finalização dos trabalhos", disse.
 
Navio
 
A Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP), órgão da Marinha do Brasil, continua investigando o que aconteceu. A autoridade reteve a embarcação no cais santista para que sejam feitos reparos no convés. Não há danos para a navegabilidade, mas avarias ocasionadas pelo acidente devem ser solucionadas.
 
O cargueiro permanece atracado no costado do Terminal 37, na Margem Direita, e é monitorado por equipes das autoridades marítima, portuária e ambiental. O G1 apurou que, em até quatro dias, os reparos devem ser finalizados e um laudo entregue para a Marinha, que liberará ou não a embarcação para operar.
 
A Log-In garantiu que o navio está em local seguro e não oferece riscos. "A companhia aguarda a remoção dos contêineres que ainda estão a bordo para avaliar se houve avarias à embarcação. O plano de remoção dos contêineres do navio está sendo realizado em parceria com a Global Diving & Salvage", informou.
 
Acidente
 
A queda ocorreu na madrugada de sexta-feira, do navio Log In Pantanal, então no Fundeadouro 3 do Porto de Santos. O mau tempo, segundo a empresa proprietária do navio, contribuiu para o ocorrido, que é alvo de uma investigação da Capitania dos Portos. Nenhum tripulante ficou ferido.
 
Por segurança, o canal de navegação, que serve de acesso ao cais santista, está sendo monitorado por equipamentos que identificam objetos submersos. Entre sexta e sábado (12), a via navegável teve que ser bloqueada. A Marinha do Brasil emitiu uma alerta aos navegantes por causa das caixas metálicas no mar.
 
Aparelhos de ar-condicionado, mochilas, material hospitalar, pneus, toalhas e tapetes estão entre as cargas armazenadas nos contêineres que caíram na água e apareceram flutuando na região. Alguns compartimentos se romperam e parte da carga se espalhou entre a barra de Santos e a região costeira das cidades.
 
As autoridades ambiental e marítima informaram que ainda não conseguem estimar a área total para onde os contêineres se espalharam. Entretanto, permanecem monitorando a região costeira da Baixada Santista para tentar identificar, localizar e mapear as outras 38 caixas que ainda podem reflutuar.
 
Ao menos 11 pessoas foram detidas em flagrante por saquearem contêineres que boiavam na barra de Santos. Entre os produtos recuperados, estão eletrônicos, eletrodomésticos, pneus de bicicleta e peças de vestuário. As mercadorias foram apreendidas e as pessoas acabaram liberadas na delegacia.
 
A maior parte dos flagrantes envolveu ocupantes de embarcações nas proximidades da comunidade do bairro Santa Cruz dos Navegantes. Outro grupo foi detido ao desembarcar na Praia do Guaiúba, ambos em Guarujá. O policiamento também monitora a orla das demais cidades da região.
 

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