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Trabalhadores temem prejuízos com a reforma da Previdência

Fonte: UOL
 
A informação de que o governo vai endurecer as regras da Previdência preocupa funcionários públicos e trabalhadores da iniciativa privada.
 
O designer gráfico Leonel Laterza, 51, servidor do Judiciário há 30 anos, tem, na ponta da língua, a estimativa do tempo extra que pode ter de trabalhar.
 
"Quando eu entrei no Judiciário, poderia me aposentar aos 54. Depois, teve mudança e a idade foi a 57. Agora, vou me aposentar só aos 60."
 
O cálculo de Laterza foi feito com base na ideia do governo de aplicar uma transição para homens a partir de 50 anos e mulheres a partir de 45. Em vez de entrarem totalmente nas novas regras, pagariam um pedágio de 50% do tempo que falta para aposentadoria. No caso dele, em vez de trabalhar mais seis anos, faltariam nove anos.
 
"Isso é mudar a regra no meio do jogo. Concordo que tem que ter reforma, mas antes da contratação", afirmou. "Se me aposentar aos 60, tudo bem. Mas e se, no meio do caminho, ampliarem o prazo? Eu não quero me aposentar e ir para o hospital. Estou achando que vou me aposentar aos 90. Não confio mais."
 
Dona de um estúdio de pilates, Eliana Uno, 46, procura um plano de previdência complementar. Pelo INSS, ela diz que terá de contribuir por muito tempo para receber um benefício bem menor que o rendimento atual.
 
"Eu deveria ter buscado essa opção antes. Agora, já penso em fazer plano de previdência complementar para os meus filhos, de 19 e 21 anos."
 
A iminência da reforma da Previdência preocupa até quem já possui os requisitos atuais para se aposentar. Nesses casos, o governo garante que não terá alteração.
 
Com condição de se aposentar desde 2009, a servidora Rosângela da Silveira, 57, teme uma mudança de regras antes do início de 2017, quando pretende se aposentar.
 
"A população que tem que pagar tudo, com imposto e outras contribuições. Nós, aposentáveis, trabalhamos pelo menos 35 anos de nossas vidas e, quando deveríamos desfrutar da nossa merecida aposentadoria, somos engolidos por políticas que não nos respeitam."
 
A defensora pública federal Diana Andrade notou apreensão dos trabalhadores. "As preocupações são as mais diversas. As pessoas já começam a pensar no que vai acontecer com a vida delas, ainda que a proposta não tenha sido enviada."
 
A Justiça pode ser acionada se a reforma for aprovada, segundo ela."Podemos recorrer ao Judiciário, individualmente, para questionar a constitucionalidade de eventuais retrocessos." 
 

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