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Codesp recua, acresce 7,18% nos salários e greve é suspensa

Fonte: AssCom Sindaport / Denise Campos De Giulio

 
Reunidos em assembleia realizada na noite desta terça-feira (28) os empregados da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) aprovaram de forma unânime a nova contraproposta salarial apresentada pela empresa para a Campanha Salarial 2016. Com a decisão, a proposta de uma greve no Porto de Santos que seria avaliada pelo plenário foi descartada.
 
Com a contraoferta, os salários dos portuários serão reajustados em 7,18% a partir de 1º de junho sobre os proventos de maio, perfazendo um aumento global de 9,32%, considerado o adiantamento de 2% pago pela estatal desde 1º de janeiro de 2016. 
 
Previsto no acordo coletivo celebrado entre empresa e sindicatos representativos e válido por dois anos (1º de junho de 2015 até 31 de maio de 2017), o percentual total se estende às demais cláusulas econômicas. Além disso, repõe as perdas inflacionárias verificadas no período pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
 
A decisão da assembleia coloca um ponto final na queda de braço travada entre as lideranças do Sindicato dos Empregados na Administração Portuária (Sindaport) e a direção da Codesp, que na última quinta-feira (23) ofereceu 0% de aumento aos seus colaboradores. Diante da proposta, a suspenção das atividades no complexo santista era apenas uma questão de tempo.
 
"Aquilo só pode ter sido uma brincadeira de muito mau gosto já que a proposta, de tão esdrúxula, serviu apenas para entrar nos anais da Codesp e o fato, certamente, fará seu autor, no caso Alex Botelho, ser lembrado para sempre como o presidente do zero por cento", disse o mandatário do Sindaport, Everandy Cirino dos Santos.
 
Para o sindicalista, Alex Botelho agiu acertadamente ao recuar e rever sua posição inicial diante da ameaça de uma greve no maior e mais importante porto do país. "Foi sensato e extremamente cauteloso quando se deu conta do poder de mobilização da categoria, que estava mais do que nunca disposta a cruzar os braços em razão da inédita contraproposta".
 
O passo atrás do presidente da Autoridade Portuária de Santos foi dado na manhã de ontem, em reunião realizada na sede da empresa, com os dirigentes do Sindaport e dos demais sindicatos que representam os 1.500 empregados da Codesp, diretos e indiretos. Diante da pressão dos sindicalistas e assombrado com o fantasma de uma iminente greve, o mestre, doutor, PhD, e agora mágico Alex Botelho, tirou da cartola os 7,18% restantes, de acordo com o IPCA do período.
 
O resultado da reunião matutina foi comemorado por Everandy Cirino. "A nossa campanha foi vitoriosa e os companheiros estão de parabéns porque deram mais uma demonstração de maturidade e responsabilidade, e principalmente porque souberam multiplicar nos locais de trabalho os direcionamentos do Sindicato".
 
Ao venceram a queda de braço com a direção da Codesp, os portuários não só contrariam, bem como amenizam os números negativos consolidados no primeiro trimestre deste ano pelo Departamento Intersindical de Estudos Estatísticos e Socioeconômicos (Dieese), que apontam para 49% dos dissídios com reajustes abaixo da inflação, com a grande maioria desse percentual registrando, ainda, queda de 1% nos salários negociados em acordos coletivos. 
 

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