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As listas de Schindler e de Caputo

Fonte: A Diretoria / AssCom Sindaport - Denise Campos De Giulio



No cargo há quase um ano e meio (abril de 2014), o presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Angelino Caputo e Oliveira, segue colecionando cada vez mais simpatizantes e correligionários na exata proporção em que também aumenta seu fã clube de desafetos e até mesmo inimigos.
 
Com uma gestão notadamente pautada por atitudes e decisões paradoxais, Caputo vai se consolidando como um dos mais controversos dirigentes que já passaram pela Rodrigues Alves s/nº no comando da empresa que administra o maior e mais importante porto do país. 
 
À despeito do bem ou do mal, indiferente à críticas ou elogios, dúvidas e certezas, estando certo ou errado o executivo continua gastando a tinta da sua Montblanc Boheme Royal para desfilar seus atos de gestão justos e injustos, para a alegria de alguns e tristeza de outros.
 
Inspirado no famoso empresário alemão (e espião nazista) Oscar Schindler, que com sua famosa lista salvou cerca de 1.200 judeus prisioneiros ao término da 2ª Guerra Mundial, Caputo não deixou barato ao elaborar a sua amparando 64 doqueiros, legítimos ou não, através da Resolução DP 67.2015, lançada nesta segunda-feira (31).
 
Se por um lado a tal lista fez justiça ao manter alguns nomes de peso, os chamados carregadores de piano da empresa, em determinadas e estratégicas posições contemplando, ainda, outros não menos abnegados e dedicados funcionários de carreira, por outro foi arbitrária, facciosa e injustificável ao dispensar os préstimos de diversos companheiros que dedicaram anos de relevantes serviços prestados à estatal.
 
Mais que lamentável é constatar que na polêmica lista de Caputo o tão corroído viés político foi novamente priorizado com a manutenção dos indefectíveis e oportunistas gafanhotos, cuja discrepância já coloca em dúvida a eficiência da proposta e a credibilidade da propalada nova estrutura organizacional da Codesp, não por acaso elaborada pela infalível e habitual Deloitte, a consultoria preferida por dez de cada dez gestores da estatal e, de quebra, da Secretaria de Portos (SEP).
 
O bom senso também foi descartado pelo principal da Codesp, que equivocadamente optou por navegar no sentido contrário dos administradores das companhias docas do Pará e do Rio de Janeiro, cujas empresas tiveram suspensas a implantação de suas respectivas reestruturações organizacionais.
 
Nem mesmo a reforma administrativa anunciada pelo Planalto com a possível extinção ou incorporação da SEP por parte do Ministério do Transportes (e consequente troca de comando nas estatais portuárias) foi capaz de demover o obstinado Caputo em lançar sua relação para salvar alguns poucos e afogar outros tantos. 
 
Vale lembrar que, amado por aqueles que ficaram mundialmente conhecidos como sobreviventes de Schindler, o controverso industrial alemão/tcheco também foi contestado por muitos que não foram contemplados pelo nobre ato e inclusão na salvadora relação, fato sabiamente omitido pelo genial Steven Spielberg (de origem judia), na obra prima A Lista de Schindler. 
 
Após lançada nesta segunda-feira de inverno a lista do venerado e ao mesmo tempo execrado Angelino Caputo já é realidade, podendo a partir de agora ser transformada em mais um clássico da chamada Sétima Arte, ao melhor estilo Hollywoodiano.
 
Neste caso, fica aqui a sugestão do Sindaport para que o roteiro, ou melhor, os critérios utilizados pela Codesp na elaboração da lista dos 64 (bem como da outra que excluiu tantos outros) sejam encaminhados para o cineasta Francis Ford Coppola, do monumental O Poderoso Chefão. É Oscar na certa. 
 

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