Artigos e Entrevistas
16/04/2025 - 10h52

O Porto, a região e o planejamento


Fonte: A Tribuna On-line - Editorial
 
Novos empreendimentos são sempre bem-vindos, e melhores ficarão se todas as interfaces com a região estiverem em sintonia plena
 
O maior Porto do Brasil e maior do Hemisfério Sul em movimentação de cargas também precisa ser master em planejamento e cumprimento dos planos, ações e projetos que são elaborados e colocados em prática. Essa é a responsabilidade de quem carrega não só os títulos, mas também a intenção de atrair cada vez mais cargas, mais inovação e ser um verdadeiro hub de tecnologia e modelo de eficiência.
 
Premissas colocadas, o Porto de Santos está experimentando um momento oportuno para não só se preparar para receber o maior terminal de contêineres da América do Sul, como também mostrar à comunidade local e ao ecossistema portuário brasileiro que uma atividade dessa magnitude, em um espaço superlativo, pode conviver de maneira organizada e racional em um dos temas mais relevantes da atualidade: a mobilidade urbana. A interface de instalação do Terminal de Contêineres (Tecon) Santos 10 com o entorno em todas as suas áreas foi o tema central do 1º Encontro Porto & Mar deste ano, promovido na última segunda-feira pelo Grupo Tribuna.
 
A expectativa do Governo Federal é promover a licitação da área entre novembro e dezembro deste ano. O futuro terminal Tecon Santos 10 terá uma área superior a 621 mil metros quadrados. Localizado na região do Saboó, na Margem Direita do Porto, o projeto prevê a construção de um cais linear de 1.505 metros com quatro berços de atracação, além de uma retroárea equipada com 14 guindastes STS pós-Panamax, 10.900 vagas para empilhamento de contêineres e 5.800 tomadas para unidades refrigeradas. Com investimentos estimados em R$ 5,6 bilhões ao longo de 25 anos, o terminal deverá entrar em operação plena até 2029, aumentando em 50% a capacidade de movimentação de contêineres do Porto de Santos.
 
A relevância do empreendimento se traduz em geração de empregos diretos e indiretos, atração de novos negócios e ampliação do ecossistema portuário, e não há dúvidas de que colocará o porto e a Baixada Santista em ainda maior evidência. Por outro lado, é preciso entender os impactos viários e estruturais que uma empresa desse tamanho representará para a região, especialmente na mobilidade urbana.
 
Ouvidos nos painéis organizados no 1º Encontro Porto & Mar foram unânimes em elencar um conjunto de outros projetos que estão em andamento, totalizando R$ 20 bilhões em investimentos nos próximos anos, e a necessidade de alinhamento sistêmico quanto aos impactos que trarão à comunidade.
 
Todos são bem-vindos e fruto de um trabalho de muitos gestores, entidades representativas e setor empresarial em torná-los viáveis. A Baixada Santista vive um dos melhores momentos de sua trajetória econômica, e tão melhor será para a comunidade se o fruto desse desenvolvimento reverter em benefícios para toda a cadeia produtiva e com a infraestrutura compatível para garantir bem-estar coletivo e crescimento perene e sustentável.