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Exclusivo: Geraldo Alckmin fala dos avanços que o túnel Santos-Guarujá trará à Baixada Santista

Fonte: A Tribuna On-line
 
"O que todo mundo quer? Eficiência. Um porto rápido, que reduza custos", diz o vice-presidente da República
 
O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), participou na noite de ontem da edição especial da Confraria do Porto, realizada em Brasília, e que na programação incluiu a assinatura do termo de cooperação entre o Grupo Tribuna e o Instituto Brasileiro de Infraestrutura (IBI). Em entrevista, Alckmin fala sobre a importância dessa parceria para o desenvolvimento do Brasil, como também enaltece o papel de A Tribuna, que completa hoje 130 anos, em momentos da história da Baixada Santista, do Estado e do Brasil.
 
Como o senhor vê esse estreitamento de laços entre o Grupo Tribuna e o Instituto Brasileiro de Infraestrutura (IBI), em um momento como esse, em que jornal completa 130 anos?
 
É muito importante essa comemoração: 130 anos não são 130 dias, há uma história de conquistas, de superação (de A Tribuna). Victor Hugo dizia que o diâmetro da imprensa é o diâmetro da civilização, quem tem civilização tem imprensa. O que é importantíssimo, porque democracia e liberdade andam juntas. Ao mesmo tempo, promovendo o desenvolvimento, como aqui a questão da infraestrutura, que é essencial para a geração de emprego, renda, e fundamental para o desenvolvimento brasileiro.
 
O senhor crê que a importância de se ter o Grupo Tribuna atuando ao lado do IBI pode colaborar para unir as esferas pública e privada em prol do desenvolvimento?
 
Não há dúvida. É fundamental para o desenvolvimento você ter competitividade. E infraestrutura é essencial para a competitividade. O que mais vai crescer é o comércio exterior. Nós temos pouco menos de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) do mundo. Então, 98% estão fora do Brasil. Temos que abrir mercado, conquistar mercado. Para isso, é importante cuidar do Custo Brasil, ainda mais em um país das dimensões continentais do Brasil. Então, vejo como uma boa parceria. De um lado, temos A Tribuna, com sua experiência, expertise, seus 130 anos. Do outro, o Instituto Brasileiro de Infraestrutura. Eu diria que é como Coutinho e Pelé (em referência à famosa dupla de ataque do Santos Futebol Clube na década de 1960).
 
Por muitos anos o senhor foi governador de São Paulo, conhece muito o Porto de Santos, e agora no comando do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, como vê a relação Porto-indústria em Santos? Como o senhor acha que essa relação pode se desenvolver na sua gestão a curto prazo?
 
A Nova Indústria Brasil, chamada NIB (projeto do Governo Federal para fomento da indústria nacional) é inovação. Então colocamos juros menores para pesquisa, desenvolvimento e inovação. Outro pilar é a agroindústria: se somos muito competitivos na agricultura, temos que agregar valor o máximo possível – então é a agroindústria. Competitividade e redução de custos: criamos um programa de desburocratização. Antes, para cada operação, era necessária uma licença tanto para importação, quanto exportação. Agora, é licença flex: uma licença por um período, três anos, ou por um valor, R$ 10 bilhões.
 
Quais outros exemplos?
 
Desburocratizamos tudo: (por exemplo) exportação de frango para o Reino Unido e União Europeia, o certificado de origem era em papel, custava R$ 166,00 por dia. Agora, é digital, não se paga mais nada. É importante produzir bem, mas é importante também vender bem. Temos o acordo Mercosul-Cingapura, a Bolívia entrou no Mercosul, estamos trabalhando o acordo Mercosul-União Europeia. Então, se você tem um porto, você atrai investimentos, e é claro, com o maior porto da América Latina, é possível conseguir mais investimentos à região.
 
O que o senhor pensa sobre a regionalização do Porto de Santos?
 
É importante essa sinergia do Porto com o Estado, com os municípios da Baixada Santista e com a iniciativa privada. O que todo mundo quer? Eficiência. Um porto rápido, que reduza custos. O túnel Santos-Guarujá será importantíssimo, porque você vai eliminar uma das maiores travessias do mundo, com navio no Porto. Ou seja, vai trazer mais segurança, vai aproximar mais a região, pois no túnel está previsto carro, caminhão e até o VLT. Eu diria que teremos aí, estimativa até 2028, de investimentos de R$ 12 bilhões no Porto de Santos.
 
O senhor já esteve várias vezes no Grupo Tribuna. Que memórias o senhor guarda de A Tribuna?
 
A Tribuna está ligada à história de conquistas da região. Se eu for mencionar uma, eu destacaria a nova Rodovia dos Imigrantes, que nós fizemos a descida, naquele carro aberto. Eu tenho guardada a capa do jornal (o vice-presidente menciona a edição de 18 de dezembro de 2002, que trazia a cobertura da inauguração da nova pista da Rodovia dos Imigrantes, um dia antes, e reproduzida nesta página). Aliás, a nova Imigrantes recebeu ISO 14.001, que é de cuidados ambientais, provando que é possível fazer uma autoestrada com preservação da Mata Atlântica, preservação ambiental. Mas A Tribuna está ligada à história de Santos, da Baixada Santista e de São Paulo: a economia do Estado e do País se fez com o café, e o caminho da exportação cafeeira era o Porto de Santos.
 

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