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Tecnologia: admirável mundo novo (e remoto!)

Fonte: A Tribuna On-line / Ricardo Pupo Larguesa*
 
Passados quase dois anos, a pandemia da covid-19 infelizmente ainda é um assunto atual. A humanidade precisou mudar hábitos e adaptar seu estilo de vida para lidar com este cenário caótico que parecia estar restrito aos filmes de ficção científica. E a tecnologia foi fundamental neste processo. A adaptação do nosso estilo de vida se refletiu, obviamente, nos negócios.
 
Novas atividades comerciais surgiram ou cresceram consideravelmente neste processo. Em velocidade surpreendente, as gigantes da tecnologia adaptaram sua infraestrutura e seus serviços para prover ferramentas de conectividade e entretenimento. E enquanto as “gigantes” da tecnologia superaram desafios para garantir o fluxo da informação entre pessoas e empresas, as “gigantes” da logística superaram desafios para garantir o fluxo de... bem, de tudo mais. E isso em meio a um aumento significativo do volume de cargas, fruto da alavancada sem precedentes do comércio eletrônico.
 
Com exceção da saúde, claro, a Tecnologia da Informação foi a área mais impactada. De repente, equipamentos e sistemas precisavam ser disponibilizados aos usuários.
 
Novos sistemas precisavam ser desenvolvidos ou adaptados a uma nova arquitetura descentralizada. E tudo isso sem afrouxar a segurança da informação. Foi um pesadelo!
 
Mas fora da zona de conforto, amadurecemos. Todas as previsões tecnológicas precisaram ser revistas, e foram. E das tendências que estão em pauta no pós-pandemia, gostaria de comentar duas delas voltadas ao setor portuário.
 
Transformação digital: essa já não é mais uma tendência, mas uma necessidade perene para qualquer negócio. Não estar presente no mundo digital hoje é pior do que como não ter um telefone ou um endereço. Esse termo deve cair em desuso. Assim como as novas gerações, os novos empreendimentos devem já nascer digitais.
 
Trabalho remoto: parece que se tornará permanente. Já é uma pauta comum em eventos de tecnologia e também do setor portuário, e tem gerado polêmica.
 
De um lado, organizações preocupadas com produtividade e cultura organizacional desejam o retorno das atividades presenciais. De outro, profissionais em busca de mais qualidade de vida e menos tempo em trânsito preferem continuar trabalhando remotamente.
 
Uma pesquisa do McKinsey Global Institute (MGI) estima que mais de 20% da força de trabalho global pode trabalhar remotamente. No setor portuário, a automação e a maturidade da conectividade (em que a chegada do 5G pode ser um divisor de águas) podem permitir que mesmo a operação de equipamentos pesados possa ser feita remotamente.
 
Já é realidade em terminais modernos que guindastes e veículos movimentem cargas de forma autônoma, tendo apenas poucos operadores em uma sala remota lidando com exceções.
 
Tecnologicamente, eles poderiam fazer isso de casa. A área de TI já era familiarizada com o trabalho parcialmente remoto, mas agora, praticamente todas as áreas estão.
 
Para esquentar ainda mais a discussão, a efetividade sazonal das vacinas contra o coronavírus e a piora já evidente dos números em alguns países estão mantendo esta tendência em alta.
 
Pois é... sem conseguir evitar o trocadilho com o famoso livro de Aldous Huxley, um admirável mundo novo vem aí. E, neste “novo normal”, qualquer previsão é mera especulação. A única certeza que temos é que a TI estará lá.

*Ricardo Pupo Larguesa é engenheiro de computação, sócio-fundador da T2S, professor e pesquisador na Fatec Rubens Lara
 

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