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Produção e emprego devem registrar 3º ano consecutivo de avanço em 2019

Fonte: DCI
 
Com a queda das exportações, o crescimento deverá ser impulsionado pela demanda interna, beneficiada por melhora econômica do País e condições favoráveis de crédito, juros e inflação
 
A produção e o emprego nas montadoras devem registrar o 3º ano consecutivo de crescimento em 2019, impulsionados pelo mercado interno. Apesar da queda das exportações, a melhora do ambiente econômico deve continuar favorecendo a demanda do País.
 
“As vendas internas estão mais fortes. O cenário melhor está permitindo uma recuperação de vendas, impulsionando a produção nacional”, avalia a analista da Tendências Consultoria, Isabela Tavares. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgou nesta terça-feira (08) projeção de crescimento de 9% na produção de veículos neste ano, superando 3 milhões de unidades.
 
O presidente da entidade, Antonio Megale, declarou em coletiva de imprensa que se as perspectivas de melhora se concretizarem e o setor der continuidade a sua recuperação, deve haver um movimento maior de contratações. “A geração de postos de trabalho ocorre com o aumento de turnos. Em 2018, chegamos ao 3º ano consecutivo de indicadores positivos de emprego. Se continuar crescendo, podemos esperar notícias melhores”, assinala.
 
Isabel destaca que algumas montadoras já anunciaram a reabertura do 3° turno. “Essa demanda interna puxa um número maior de contratações.” Em dezembro, por exemplo, a Mercedes-Benz anunciou a reabertura do 3º turno da linha de agregados (motores) de São Bernardo do Campo (SP).
 
Para 2019, a Anfavea prevê alta de 14,6% de emplacamentos. “Esse número leva em consideração que as reformas vão ser feitas, especialmente a da Previdência, e o crescimento de 3% do PIB”, afirmou Megale. “A projeção também leva em conta condições de crédito razoáveis e a manutenção de juros e inflação em um patamar baixo.”
 
A entidade também espera que o setor seja impactado positivamente pela retomada de investimentos em infraestrutura e por novos resultados favoráveis do agronegócio. Mas a Tendências prevê avanço de vendas um pouco menor.
 
“Esperamos 8%, mas pode vir melhor. Depende das reformas e da rapidez com que virão, melhorando a confiança do consumidor e emprego”, pondera Isabela.
 
Em relação às exportações, é esperado mais um ano negativo em 2019, com queda de 6,2%. “A Argentina, nosso principal importador, deve seguir com problemas”, conta Megale. O mercado argentino, que chegou a representar cerca de 75% das importações de veículos brasileiros, sofreu um tombo no ano passado por conta da recessão.
 
As projeções iniciais eram de queda de 8,6% nas exportações em 2018, mas o encolhimento alcançou 17,9%. “A demanda da Argentina deve continuar enfraquecida devido à lenta retomada da economia”, explica Isabela. Embora existam incrementos em outros mercados, ainda são insuficientes para compensar as perdas do país vizinho. “Há crescimento no Chile e Colômbia, mas a demanda por carros brasileiros ainda é baixa nesses mercados”, conta a analista.
 
Resultados consolidados
 
Em 2018, a produção de veículos totalizou 2,8 milhões de unidades, um avanço de 6,7% sobre 2017. “Só não foi maior porque as exportações atrapalharam”, afirmou Megale. A projeção inicial era de 3 milhões de unidades fabricadas para este ano.
 
O dirigente estima que a capacidade total do parque produtivo do setor está entre 4,5 a 5 milhões de veículos por ano. “Essa capacidade ociosa tem o lado positivo de tornar desnecessários grandes investimentos para crescer, basta fazer contratações”, pontua.
 
Já o número de licenciamentos superou as expectativas, totalizando 2,5 milhões de unidades, alta de 14,6% sobre 2017. O número de empregos criados foi de 130 mil, incremento de 1,7% na mesma base. “Não é tão significativo, mas é positivo”, diz o dirigente.
 
Na coletiva de imprensa, Megale ainda comentou sobre a extinção do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). “Havia uma preocupação, mas nas conversas com o Ministério da Economia e com o próprio Paulo Guedes, ficou claro que a interlocução ficaria assegurada”, apontou o dirigente.

 

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