Artigos e Entrevistas

Orgulho de ser portuário

Fonte: Sindaport / Everandy Cirino dos Santos (*)



O dia 28 de janeiro, Dia do Portuário, está chegando. Momento certo para que algumas considerações sejam feitas.
 
Nem faz tanto tempo assim, na antiga C.D.S. - Cia. Docas de Santos e também já como CODESP, era muito comum ter empregado na empresa que já era neto ou filho de portuário, irmãos trabalhando juntos na CODESP. Era um comentário comum em Santos de que não havia uma família sem contar pelo menos com um portuário.
 
A grande maioria dos empregados, entrando ainda jovem na empresa, permanecia por cerca de 30 ou 40 anos, se aposentando como portuário. Isso facilitava muito para que houvesse um grande vinculo, até afetivo, com a empresa.
 
Após a nova Constituição, que trouxe a obrigação de concurso público, essa continuidade de gerações dentro da Codesp terminou. Também as novas gerações de trabalhadores já não mais privilegiam permanecer no mesmo emprego por mais de 30 anos, optando por estar sempre prestando novos concursos públicos.
 
Não estamos aqui fazendo avaliações se mudou para melhor ou para pior; o fato é que houve sim mudanças nessa relação de entendimento capital x trabalho. O importante é o que sempre foi motivo de orgulho pessoal e da família continue existindo, ou seja, orgulho de ser portuário e empregado da CODESP.
 
Nesse começo de ano, ouvimos muitos noticiários sobre funcionários estaduais que viraram o ano sem receber o 13º salário de dezembro, prefeituras que não pagaram o mês de dezembro, inclusive da Baixada Santista, que não depositaram as férias de janeiro antes que o empregado iniciasse seu período de férias.
 
No setor metalúrgico, no Grande ABC, houve centenas de empregados que receberam por telegrama no final do ano a noticia que após o fim das férias coletivas estariam demitidos.
 
Claro que nós também ainda temos problemas, pendências ou reivindicações. Boa parte de nossos problemas são frutos de má gestão da diretoria da empresa, como por exemplo o caso das promoções por merecimento, devidas a outubro/2014, que propositadamente a diretoria da CODESP enrolou e levou o assunto para o CONSAD. Até agora aguardamos e talvez seremos obrigados a entrar na Justiça por algo que nos é devido.
 
Ainda assim, com nossos problemas internos, o assunto mais comentado durante a semana não era demissões ou atrasos de pagamentos de salários, mas sim o pagamento do complemento do 13º salário de dezembro para quem recebe valores variáveis, previsto para ocorrer nesta sexta-feira, dia 09.
 
Fica o recado para os atuais ou futuros gestores da empresa: se não puderem contribuir em nada pelo menos que não atrapalhem, para que esse orgulho de ser portuário e empregado da Codesp não se perca no tempo e na história.



(*) Everandy Cirino dos Santos, presidente do Sindaport
 

 


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Comentários (1)

Ângelo Rodrigues Alba
Data: 09/01/2015 - 18h01
Outro fato que está sendo menosprezado, não só pela empresa como também pelo SINDAPORT, é a equiparação salarial daqueles que adquiriram o direito à complementação, que não está equiparado às funções que exerciam e que mudaram de nome na atualidade. Eu sou um deles, que estou aguardando a decisão do Sindicato, para entrar ou não com uma questão particular. Aposebtei, assim como outros como Supervisor de Operações (SUDIN) e hoje essa função mudou de nome e está com uma remuneração bem maior. Estou no aguardo, de qualquer orientação sindical, assim como outros companheiros na mesma situação

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