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Mudanças à vista

Fonte: AssComSindaport - DCG / Everandy Cirino dos Santos



O deputado Federal Edinho de Araújo (PMDB - SP) será o novo ministro da Secretaria dos Portos (SEP). Com a nomeação chega ao fim o feudo da família Gomes, do Ceará, e da ex-ministra da Casa Civil, Gleise Hoffmann. 
 
Há tempos que a SEP vem sendo utilizada como apêndice da área econômica, principalmente na gestão da ex-ministra. Com exceção do atual titular da pasta, ministro Cesar Borges, da cota pessoal da presidente Dilma Rousseff, nos últimos meses todas as nomeações para os cargos da SEP são oriundos da área da Fazenda.
 
Dos possíveis candidatos a ministro dos Portos o deputado Edinho Araújo era o menos conhecido no movimento sindical portuário. Mesmo com o PMDB tendo uma participação determinante no processo que culminou com a aprovação da Lei 12.815, não se tem notícias de nenhuma intervenção do político no Congresso Nacional.
 
Com a nomeação de Edinho o PMDB retoma ao comando da SEP, à exemplo de quando os portos eram subordinados ao Ministério dos Transportes. Nesse sentido, segundo declarações de lideranças do partido, o PMDB pretende ocupar a pasta com "porteira fechada", o que significa dizer que todos os cargos existentes na Secretaria de Portos deverão ser ocupados por pessoas indicadas pelo partido. 
 
Quem tem memória boa certamente já viu esse filme, ou seja, as mudanças nos principais escalões da pasta, atualmente ocupada com indicações do Ministério da Fazenda e do Partidos dos Trabalhadores (PT).
 
Apesar do desconhecimento da classe portuária sobre o nomeado, o vice-presidente da República, Michel Temer, tem fortes ligações com a Baixada  Santista e por varias ocasiões já recebeu comitivas de lideranças sindicais, além de empresários e outros agentes que atuam na navegação. 
 
Além disso, vale ressaltar que um renomado consultor portuário local recebeu total apoio do PMDB, sobretudo do atual presidente do diretório paulista, Baleia Rossi, na última eleição para prefeito do Município. Derrotado no pleito segue atuando no setor sendo considerado por muitos um profundo conhecedor da atividade, conhecendo como poucos as prioridades do Porto de Santos. 
 
Não podemos nos esquecer da prefeita de Guarujá, Maria Antonieta, que também sempre abriu as portas de nossa região para Michel Temer.
 
Com o PMDB de volta ao comando, espera-se que a SEP retire os portos brasileiros do marasmo e da estagnação administrativa, decorrente de uma política partidária comprovadamente ultrapassada e arcaica, recolocando-os na rota do crescimento e desenvolvimento econômico para o bem da Nação. 
 
Para tanto, mudanças na SEP e nas administradoras portuárias estatais deverão ocorrer; é aguardar e conferir. Espera-se, ainda, que tais mudanças resgate o verdadeiro comprometimento com a questão portuária e, à luz do bom senso e da boa ordem, recoloque naturalmente cada macaco no seu galho.  
 
O futuro ministro dos Portos foi prefeito de São José do Rio Preto (SP) por dois mandatos entre 2001 a 2008, e de sua cidade natal Santa Fé do Sul (SP) entre 1977 e 1982. Antes de se filiar ao PMDB, pertenceu  à Arena, partido de apoio ao regime militar. Também foi membro do PPS e, em 2009, retornou ao PMDB.
 
Formado em direito pela Faculdade Laudo de Camargo, de Ribeirão Preto, Araújo foi eleito em 2014 para o seu quarto mandato como deputado federal. Na Câmara dos Deputados, ocupa a vice-liderança do PMDB desde 2013.
 
Iniciou sua carreira política aos 23 anos, quando foi derrotado nas eleições para prefeito de Santa Fé do Sul (SP), cidade onde nasceu. Aos 28 anos, conseguiu eleger-se prefeito do município.
 
Em 1983, elegeu-se deputado estadual pela primeira vez. Araújo foi reeleito por duas vezes para a Assembleia Legislativa de São Paulo e chegou a ocupar a vice-presidência do parlamento. Entre 1994 e 2000, foi deputado federal por duas vezes seguidas. Na Câmara, presidiu a Comissão de Viação e Transportes.
 
Após sua primeira passagem pela Câmara, Edinho Araújo venceu as eleições para a prefeitura de São José do Rio Preto (SP). Assumiu o cargo em 2001 e foi reeleito em 2004, permanecendo na prefeitura da cidade até 2008. Araújo voltou a eleger-se deputado federal pelo PMDB em 2010, ano da primeira eleição de Dilma Rousseff para a Presidência da República. 
 
Em sua segunda passagem na Câmara, foi relator de projetos importantes como o texto que criou a Comissão Nacional da Verdade, órgão instituído para investigar e esclarecer casos de violação dos direitos humanos durante a ditadura militar; e do projeto que criminaliza quem dirigir sob influência de qualquer teor de álcool, conhecido como "Lei Seca".
 

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