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Conselho de Autoridade Portuária

Fonte: DCI - São Paulo 

A presidência do CAP de Santos está vaga. Sérgio Aquino se afastou em função da pré-candidatura à Prefeitura de Santos pelo PMDB. - A iniciativa do autoafastamento do ex-presidente foi vista como muito positiva. Elimina a possibilidade de que ações do CAP a partir de agora sejam olhadas pelo viés político. Mas não evita que algumas ações do passado sejam examinadas por esse prisma.

A atribuição de indicar o novo presidente é do ministro-chefe da Secretaria Especial de Portos, Leônidas Cristino.

Não é uma missão muito simples.

As atribuições do Conselho, definidas na Lei 8.630, são importantes, vitais para o maior porto do Hemisfério Sul do planeta. E em torno dessas ações gravitam interesses de pelo menos quatro esferas bem definidas: consignatários de cargas, operadores, trabalhadores e armadores.

É difícil alcançar equidistância entre empresários e sindicalistas. E também entre donos de cargas e armadores e operadores.

Na verdade, é impossível. Sérgio Aquino, como membro do primeiro escalão da Prefeitura de Santos, conseguiu se equilibrar e conduzir uma gestão bem avaliada do Conselho. É bom assinalar que o conhecimento profundo que ele tem da atividade portuária em geral e do Porto de Santos em particular ajudou muito. Sempre foi ouvido com toda a atenção e muito respeito por todos os setores.

Isso conduz a uma outra questão. Qual o perfil do substituto dele?

Empresário? Autoridade municipal? Trabalhador? 

O cargo não é remunerado. E absorve uma quantidade de tempo grande. Reuniões, viagens... Isso por si só, traz uma dificuldade grande para profissionais liberais e executivos de empresas. Embora algumas delas adorassem continuar pagando o salário de um CEO para que ele estivesse nesse posto...

Entre os nomes especulados estão Fabrizio Pierdomenico, ex-diretor da Codesp e ex-funcionário da Secretaria Especial de Portos, Fausto Figueira, ex-deputado e atualmente na Codesp e Bechara Abdalla, secretário de Planejamento da Prefeitura de Santos. 

Mas se for para nomear uma autoridade municipal, por que não alguém de Guarujá? Santos já teve a sua vez. Ou de Cubatão?
 
Para ter equidistância completa, dos setores e das três cidades portuárias, o ministro pode escolher alguém lá de Brasília. A passagem bem avaliada de Aquino pela presidência do CAP põe algumas pedras no caminho dessa solução longínqua. A comunidade portuária se acostumou com um presidente que encontra empresários e trabalhadores no cais e no cafezinho e que vive o Porto de Santos 17 horas por dia e sonha com ele nas outras 7 horas, as de sono. Vai ter dificuldade para aceitar alguém que venha para cá uma vez por mês.

O respirar porto 24 horas por dia e a agilidade característica de quem veio do meio empresarial podem ser considerados os principais fatores da avaliação positiva de Aquino na presidência do CAP. A politização, talvez a única sombra. 

Esse conjunto de fatores positivos - conhecimento, agilidade e presença física - e mais os fatores de exclusão analisados neste texto, esboçam um perfil: o de uma liderança empresarial. 

Será que a avaliação do ministro Leônidas Cristino vai nessa direção? 

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