Artigos e Entrevistas

Trabalhador decide dar uma trégua

Paulo Pereira da Silva (*) 

Os portuários são hoje exemplos de categoria essencialmente preocupada com os seus direitos e com a soberania nacional.  Muito antes de lançar mão da greve, que dias atrás parou as atividades em 36 portos de 12 Estados, os sindicatos e federações do setor tentaram negociar alguns pontos da MP 595, cujo texto propõe mudanças no setor portuário, com o governo federal.
 
Em todos os encontros, os portuários não receberam nenhuma garantia de que seus direitos seriam preservados, no caso de o Congresso Nacional aprovar a MP.
 
Os representantes do governo também não quiserem discutir os termos da Convenção 137 da OIT, da qual o Brasil é signatário. O texto diz que os trabalhadores  precisam ser ouvidos nas mudanças que mudam as normas de trabalho na atividade portuária.
 
Na essência, o documento abre caminho para a privatização total dos portos brasileiros e autoriza os  terminais privados a contratarem seus empregados, sem precisar recorrer ao Órgão  Gestor de Mão de  Obra (OGMO).
 
Neste caso fica claro que o objetivo é reduzir os salários e atacar os direitos dos trabalhadores.  E isto não vamos admitir. A greve foi deflagrada e imediatamente o governo chamou os sindicatos, federações, a Força Sindical e as demais centrais para conversar.
 
Garantiu suspender os processos de licitação de novos terminais, não vai acelerar a tramitação da MP no Congresso e prometeu, ainda, que os sindicatos não serão multados. Em troca, os portuários garantiram não fazer greve até 15 de março. Vamos aguardar, mantendo a unidade, a organização e a vontade de lutar.



 

(*) Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical e deputado federal (PDT-SP)  

 


Imprimir Indicar Comentar

Comentários (0)

Compartilhe