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Batimetria revela problema no trecho 2 do canal

Fonte: A Tribuna - 26/09/2012

A profundidade do trecho 2 do canal de navegação (calha central) do Porto de Santos, que vai do entreposto de pesca à Torre Grande, ainda não atingiu 15 metros em toda sua extensão, mesmo após a conclusão da dragagem de aprofundamento. A informação é do capitão de mar-e-guerra Marcelo Ribeiro de Souza, que comanda a Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP) em Santos. 
 
Os dados da batimetria (exame que mede a profundidade de uma área) desse trecho foram entregues pela Codesp ao Centro de Hidrografia da Marinha (CHM) há cerca de três semanas. Porém, o resultado obtido não foi o esperado. O comandante ainda não recebeu as profundidades exatas, mas confirmou a “inconsistência dos dados”.
 
O diretor de Infraestrutura e Execução de Obras da Codesp, Paulino Moreira Vicente, tomou conhecimento das informações batimétricas durante a reunião do Comitê de Logística do Porto de Santos na última sexta-feira. O executivo apontou duas hipóteses para o resultado aquém do esperado.
 
“Sabíamos que o trecho estava sendo analisado no CHM e o capitão dos portos falou em inconsistências. Precisamos saber quais são elas. Em primeira análise, podem ser duas hipóteses: problemas na aferição dos equipamentos e da plotagem da própria batimetria ou efetivamente algum assoreamento no ponto 2”, afirmou. 
 
Assim que o CHM destacar os pontos onde o canal de navegação não conta com 15 metros de profundidade, a Codesp pretende iniciar uma dragagem de manutenção para a correção dos trabalhos. De acordo com Vicente, como o problema deve ter acontecido em pontos específicos, não serão necessários grandes esforços para que todo o trecho alcance as medidas esperadas. 
 
“O que nós temos que fazer é uma espécie de dragagem cirúrgica. Por exemplo, se é perto da boia, então nós vamos lá, posicionamos, afastamos a boia, fazemos a dragagem e a colocamos novamente no lugar”, explica. 
 
Recorrente
 
O mesmo problema aconteceu quando foi realizada a batimetria do trecho 1 do canal de navegação do complexo, que vai da entrada do Porto até o entreposto de pesca. De acordo com o comandante da CPSP, neste caso, as profundidades variam entre 12 e 15 metros. 
 
Para resolver o problema do primeiro trecho, a Codesp pretende entregar uma nova batimetria ao CHM nas próximas semanas. Uma dragagem de manutenção já foi iniciada para corrigir a profundidade dos pontos que ainda não contavam com 15 metros. 
 
“Desde o dia 1º de setembro, estamos fazendo uma nova manutenção e devemos terminar na semana que vem, por conta do assoreamento que é constante, sobretudo naquela região”, destaca Vicente. 
 
O diretor aponta o assoreamento como a causa de inconsistências nos levantamentos analisados pelo CHM. Segundo ele, nos primeiros seis meses do ano, ocorreram 30 ressacas no trecho 1. Cada uma delas pode diminuir em até meio metro a profundidade do canal. Com isso, o volume de sedimentos a serem dragados deve dobrar de cerca de 3 milhões para 6 milhões de metros cúbico ao ano.

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