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Desoneração ajuda Patrão e prejudica o Povão

Warley Martins Gonçalles (*)

Há tempos, a nossa COBAP está alertando e protestando publicamente sobre os grandes males que a desoneração da folha de pagamento do INSS irá causar aos aposentados e trabalhadores brasileiros. O tempo passa e a situação piora a cada dia.
 
Na última quinta-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou a ampliação da desoneração da folha de pagamento a 25 setores, dentre eles pneus e câmaras de ar, vidros, equipamento ferroviário, parafusos, porcas de trefilados e fabricação de ferramentas e de forjados de aço. A medida, que teve início em agosto de 2011 com quatro segmentos, em abril incluiu mais 11 e, agora, soma 40.
 
Na prática, esses empregadores vão deixar de recolher ao governo os 20% de INSS sobre o valor dos salários de todos os seus funcionários. O valor do benefício, porém, não será alterado. E, em contrapartida, será cobrada alíquota entre 1% (indústrias) e 2% (serviços) sobre o faturamento da companhia.
 
Conversando com especialistas e técnicos da área, confirmamos o nosso temor de que a desoneração é MAFÉLICA e NÃO GERA EMPREGOS. Na realidade, a desoneração é uma medida tomada pelo Governo Dilma para ajudar somente os grandes empresários e capitalistas internacionais que exploram o nosso País.
 
A constante retirada de dinheiro do INSS através da desoneração, certamente vai ferir os futuros aposentados, pois com menos contribuição patronal o governo terá motivos para justificar que não tem recursos para pagar melhor os 30 milhões de dependentes da Previdência Social.
 
Diante disso, faço aqui um simples questionamento: Ao invés de reduzir a contribuição previdenciária dos patrões, por que o Governo não desonera a mensalidade do trabalhador, que varia de 8% a 11%?
 
Falando de modo grosseiro, porém verdadeiro, sou franco em dizer que a desoneração da folha irá acabar com o patrimônio construído há décadas pelos aposentados e também vai gerar no futuro uma grande massa de trabalhadores desprovidos de segurança previdenciária.
 
Peço agora aos amigos sindicalistas e lideranças das Centrais Sindicais que unam suas forças com a COBAP na campanha contra a desoneração.
 
Solicitamos ainda que todas as categorias de trabalhadores e também os aposentados, que enviem e-mails, cartas e telefonemas aos deputados, no sentido de pressioná-los a não aprovar tais medidas.
 
A desoneração é um assalto silencioso ao Brasil!



 


(*) Warley Martins Gonçalles
Presidente da da COBAP - Confederação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil 
 

 

 

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