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Setor de líquidos, no Porto de Santos, luta por mais berços de atracação

Fonte: A Tribuna On-line
 
Entidades que representam o segmento criticam falta de pontos de atracação para seus navios, e perda de cargas
 
 
Falta de berços de atracação e gargalos nos acessos aos terminais de líquidos do Porto de Santos são dois dos principais problemas enfrentados por usuários que atuam nas operações com produtos químicos líquidos e combustíveis no cais santista. Segundo eles, a combinação desses dois fatores resulta na perda de cargas para outros complexos portuários do País.
 
“Em 2020, tivemos acúmulo de navios de líquidos operando em Santos, gerado por razões mercadológi-cas e por deficiências de manutenção nos berços públicos, que ocasionaram excesso de espera para atracação e fuga pontual de cargas para outros portos, como Paranaguá (PR) e Aratu (BA), principalmente”, afirmou a Associação Brasileira de Terminais de Líquidos (ABTL), em nota.
 
Apesar da fuga de cargas relatada pela ABTL, o cais santista registrou um aumento em suas operações de líquidos no ano passado. Dados oficiais da Autoridade Portuária de Santos (APS) mostram que foram operados 18,77 milhões de toneladas de granéis líquidos em 2020, 11,35% a mais do que os 16,86 milhões de toneladas registradas em 2019.
 
Segundo a ABTL, a Autoridade Portuária de Santos, para evitar a recorrência desses problemas, viabilizou estudos para a construção de mais um berço público de atracação na Alemoa. E iniciou obras de reparos estruturais nos berços da Ilha Barnabé.
 
“Além desses dois berços públicos em reparos, existe um projeto para a construção de um terceiro berço público, somando-se a isso ainda o investimento já iniciado pela iniciativa privada na construção de mais um berço privativo na Ilha Barnabé, que deve estar operativo em meados de 2023. Tais medidas visam preparar o nosso porto para a esperada retomada do crescimento da economia nacional”, destacou a ABTL.
 
Mesmo com essas iniciativas, segundo o presidente da Associação das Empresas do Distrito Industrial e Portuário da Alemoa (AMA), João Maria Menano, ainda faltam pontos de atracação na região. É na Alemoa onde está reunida grande parte dos terminais de líquidos. “A maior dificuldade, sem dúvida, é a falta de berços e existem opções próximas de berços privados, como o TUP Alemoa, e berços públicos que serão licitados no STS08 e STS08A, também na região da Alemoa. É muito importante o apoio da Prefeitura e dos governos Estadual e Federal, para que sejam criadas e colocadas à disposição do mercado estas opções. Pode ser também ali um novo ponto para expansão de terminais de grãos”, afirmou Menano.
 
Fuga de cargas
 
Segundo o presidente da AMA, o cenário faz com que o cais santista perca cargas para outros complexos portuários. E a situação tende a se agravar. “Sem dúvida, a fila de navios faz com que algumas cargas ou navios migrem a outros portos. Penso que faz parte da estratégia de todos os tipos de cargas irem migrando cada vez mais (nos grandes volumes e grandes distâncias) para o modal ferroviário. As prefeituras da região têm que incentivar os concessionários a investirem em novos desvios”.
 
Por outro lado, o presidente da AMA aponta que a aprovação do programa BR do Mar, projeto de lei atualmente em debate no Congresso Nacional e que prevê incentivos à navegação de cabotagem (o transporte marítimo entre portos de uma costa), também traria novos volumes e diferentes operações ao cais santista.
 

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