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Ministério da Saúde enviou 100% das vacinas destinadas à 1ª dose em portuários

Fonte: Portos e Navios
 
Grupo prioritário reúne 111.400 pessoas, segundo plano nacional de operacionalização da vacinação contra a Covid-19. De acordo com a pasta, outros 41.500 trabalhadores aquaviários também estão perto de garantir imunizantes para primeira aplicação.

 
O Ministério da Saúde informou à Portos e Navios, nesta quarta-feira (30), que já distribuiu aos estados e ao Distrito Federal a quantidade necessária para administração da primeira dose em 100% dos trabalhadores portuários, um dos grupos prioritários previstos no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 (PNO). De acordo com a pasta, esse número representa um total de 111.397 pessoas. Em relação à vacinação de trabalhadores do transporte aquaviário, o ministério pretendia concluir o envio de 100% do quantitativo de doses das vacinas Covid-19 para atender a demanda até o final desta quarta-feira. Até o fechamento desta reportagem, a pasta não havia confirmado se esse processo havia sido finalizado. O grupo prioritário de aquaviários é estimado em 41.515 profissionais.
 
O ministério ressaltou que a antecipação da vacinação do público-alvo foi adotada tendo em vista o surgimento de variantes com maior potencial de transmissibilidade e considerando a necessidade de investir nas medidas de prevenção e controle para a doença em áreas de fronteiras, portos e aeroportos. No último sábado (26), morreu o tripulante indiano, de 54 anos, que foi internado em São Luís (MA) após testar positivo para a variante delta do novo coronavírus. A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES).
 
O Porto de Navegantes (SC), em parceria com a secretaria municipal de saúde, finalizou a primeira etapa da vacinação contra o coronavírus em seus profissionais. De acordo com a Portonave, foram aplicadas as vacinas Astrazeneca/Oxford e Pfizer/BioNTech. O processo para completar a vacinação das cerca de mil pessoas que trabalham na empresa ocorreu em quatro datas. A vacinação ocorreu na sede da Portonave com a equipe de imunização da prefeitura, tanto para pedestres quanto no sistema drive thru. Os especialistas chamam a atenção para a importância da população tomar a segunda dose para completar a imunização. “Sabemos que a vacinação não impede de contrair e transmitir a doença. Por isso, devemos manter todos os cuidados como o uso de máscara, higienização das mãos com água e sabão ou álcool em gel, além de evitar aglomerações e manter o distanciamento social, mesmo após a imunização”, completou a farmacêutica Kamille Simas.
 
A Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem (Abac) relata que os marítimos ainda não foram incluídos no programa de vacinação e que, como os municípios estão reduzindo progressivamente a idade para vacinação, o pessoal que trabalha em empresas brasileiras de navegação (EBNs) tem sido vacinado no cronograma que atende à toda a população. Para a associação, esse tratamento ignora que são trabalhadores de atividades essenciais, nacional e internacionalmente. A associação entende que, embora o caso da contaminação do tripulante indiano tenha ocorrido em um navio de longo curso, as exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) atingem igualmente a navegação de cabotagem.
 
Recentemente, a agência editou a nota técnica 5/2021, que trouxe pequenas alterações. No entanto, a Abac percebe falta de clareza na questão dos desembarques de marítimos e na realização de testes. Por exemplo, se eles são aplicáveis a todos os marítimos ou somente aos de navios de longo curso. A associação também identifica que nenhuma abordagem foi feita em relação aos procedimentos após a vacinação dos marítimos, em especial dos brasileiros. As EBNs que atuam na cabotagem esperam uma definição se haverá alguma flexibilização. “Continuamos adotando as melhores práticas para o pré-embarque, embarque e desembarque dos nossos marítimos, bem como cumprindo regras rígidas a bordo para evitar a contaminação, e podemos considerar exitoso o programa”, analisou o diretor-executivo da Abac, Luis Fernando Resano.
 
A associação avalia que a rigidez das autoridades, em especial a sanitária, continua sem alterações. “Nossos desafios permanecem inalterados, ou seja, evitar contaminação e ocorrências de sintomáticos a bordo. Mantemos nossos protocolos de embarque com realização de testes e acompanhamento do estado de saúde dos nossos marítimos, mesmo no período de descanso. A bordo, procedimentos para entrada de pessoas estranhas à tripulação, limitando as áreas de acesso”, elencou Resano.
 
A Federação Nacional das Agências de Navegação Marítima (Fenamar) considera que, durante a pandemia, o Brasil tem conseguido promover procedimentos e protocolos para garantir a substituição de tripulantes de longo curso estrangeiros. A federação destaca que as autoridades brasileiras publicaram uma portaria que se renova a cada 30 dias, permitindo a troca de tripulantes e estabelecendo novas restrições e/ou procedimentos mediante os novos cenários de cepas, avanço e ou diminuição dos números de casos. A Fenamar considera que a Anvisa tem conseguido manter a prerrogativa de suas ações no cuidado e na preservação da vida humana, deixando questões comerciais em segundo plano.
 
O sistema Fenamar congrega 13 sindicatos afiliados, com cerca de 350 agências marítimas e aproximadamente nove mil empregos diretos. De acordo com a federação, 80% desse contingente habitam cidades portuárias, o que reforça a necessidade de priorizar o combate à proliferação das contaminações nos portos e evitar a chegada de novas cepas. “Quase a totalidade dessas pessoas já recebeu a primeira dose do imunizante mediante ações locais dos nossos sindicatos e da federação em Brasília, contribuindo para o combate à pandemia em nossos portos”, destacou o presidente da Fenamar, Marcelo Neri.
 
A Fenamar vem solicitando à Anvisa que considere liberar a operação de carga e descarga de navios atracados em portos, mesmo quando sua visita a bordo está agendada para o dia seguinte e a embarcação não possui nenhum registro de sinistro a bordo em relação aos sintomas da Covid-19. Para a federação, o maior desafio das autoridades está relacionado ao tamanho do país e à grande quantidade de portos e aeroportos, bem como aos milhares de quilômetros de fronteira com os países da América do Sul, o que exige procedimentos, infraestrutura e contingente de servidores exponencial para prestar o atendimento mínimo de qualidade nesse enfrentamento.
 
Recentemente, o GEi — Grupo Executivo Interministerial, composto por Casa Civil, Ministério Justiça e Ministério Saúde, publicou novas medidas de segurança sanitária para o Brasil, restringindo o ingresso no país, por via aérea, de trabalhadores marítimos para evitar a introdução e circulação de variantes de preocupação do novo coronavírus. Os protocolos da Anvisa preveem que, antes que um navio entre no porto, a agência faça uma busca ativa nos registros do livro médico de bordo em busca de sintomas suspeitos. O maritimo faz um exame do tipo PCR, cujo prazo de validade máximo é de 72 horas, antes de subir na embarcação e outro para desembarcar. Quando há qualquer suspeita a bordo, a embarcação é colocada em quarentena e ninguém sobe ou desce e a Anvisa determina a testagem de toda a tripulação, além de outras medidas, como tratamento dos resíduos de bordo como infectantes do grupo “A”, isolamento dos suspeitos e desinfecções de alto nível.
 

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