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Automação será crucial para portos se manterem competitivos

Fonte: Portos e Navios
 
Em painel no IAPH 2021, representantes dos portos de Hamburgo e de Cingapura destacaram avanço de tecnologias, novas demandas e oportunidades para oferecer novos serviços e aumentar eficiência operacional.
 
 
A atual dinâmica da economia global vão continuar a pressionar operadores portuários, principalmente de contêineres, a investir em digitalização e automação de seus processos. A avaliação é de dois representantes de portos de Hamburgo e de Cingapura que apostam em novas soluções para aumentar a eficiência operacional e a desenvolver novos serviços para seus clientes. A chefe da divisão de soluções de processos portuários da autoridade portuária de Hamburgo, Phanthian Zuesongdham, acredita que um dos pontos centrais é que os portos precisam estar prontos para a mega transição, por meio de processos de digitalização e automação, os quais considera um caminho sem volta, na medida em que as mudanças demográficas e também diante do avanço das tecnologias no mundo que demandam cada vez mais da cadeia de suprimento.
 
Para Phanthian, essa é a jornada para os operadores portuários que desejarem manter competitividade no futuro, considerando essa dinâmica econômica global. Ela entende que a automação também é peça-chave para a redução de emissões nas próximas décadas. A executiva disse que o porto busca identificar e melhorar processos portuários com soluções que ajudem no desenvolvimento de novos negócios.
 
Phanthian observa que o porto reúne uma série de atividades e vocações, de forma que a automação, na prática, pode ser subdivida em: automação de terminais e sistemas logístico; automação de infraestrutura rodovias, sistemas ferroviários e hidrovias; e automação de serviços portuários.
 
Atualmente, existem cerca de 40 terminais de contêineres automatizados ou semi automatizados, de acordo com estatísticas de 2020. “Esse número está crescendo a cada ano. Também podemos ver essa transformação crescendo principalmente na Ásia e na Europa”, destacou Phanthian. Ela destacou que Hamburgo possui um terminal totalmente automatizado reconhecido como estado da arte.
 
Phanthian avaliou que a produtividade hoje é crucial para o operador do terminal e pressiona os esforços globais por ações nessa direção. Ela acrescentou que muitos portos pelo mundo concentram esforços em digitalização ou investem em tecnologia da informação voltada para automação. “O estado da arte na rede de tecnologia de comunicações hoje é pré-requisito para essa implementação no atual cenário mundial”, destacou, nesta segunda-feira (21), durante o painel ‘Os portos estão prontos para automação?’, no evento virtual World Ports Conference 2021, promovido pela International Association of Ports and Harbors (IAPH), IHS Markit e Porto de Antuérpia.
 
O Porto de Hamburgo aposta na implementação de tecnologias e sistemas para gerenciamento de tráfego e sistemas e de comunicação, tanto em terra quanto no mar, projetando novas oportunidades de negócios e novos serviços, como o uso de drones e inspeção na área do porto. Phanthian disse que a automação aumenta níveis dos serviços do porto e que Hamburgo está trabalhando forte constantemente para identificar soluções digitais de automação e digitalização para atender demandas por operação eficiente.
 
No painel, o chefe-executivo adjunto da autoridade portuária e marítima de Cingapura (MPA), David Foo, contou que o foco da MPA está no desenvolvimento de plataformas digitais para o porto olhando para o futuro, com ações voltadas para segurança, inteligência e sustentabilidade. Foo disse que a automação passa por reduzir, redistribuir e requalificar o trabalho, bem como buscar a otimização de recursos e o planejamento seguro e sustentável.
 
Ele destacou o projeto do Porto de Tuas, no oeste de Cingapura, que representa a construção de uma próxima geração de porto no país. O projeto prevê um complexo totalmente automatizado e com operações qualificadas a ser desenvolvido por fases. Para a MPA, as chaves para automatização estão na digitalização, no compartilhamento de dados e na conectividade.
 
A leitura da MPA é que a otimização de processos por meio da digitalização é contínua e o compartilhamento de dados já apresenta resultados eficientes. Em relação à conectividade, a autoridade portuária e marítima de Cingapura identifica avanços na integração entre terminais, navios, centros de distribuição e sistemas com redes seguras. Foo citou a fase 1 da janela única marítima, que alcançou uma economia de aproximadamente 100.000 horas-homem por ano. A fase 2 consiste em aproveitar dados e inteligência artificial para habilitar chegadas em tempo real e gerenciamento ativo de ancoragem. Outra frente que avança em Cingapura, segundo Foo, é a implementação do E-navigation, com o uso de sistemas autônomos em mar.
 
O chefe-executivo adjunto da MPA frisou que a automação requer mais velocidade, estabilidade e maior largura de banda das redes de comunicação. Foo destacou a necessidade de conectividade dentro e fora do porto, com ferramentas que permitam, por exemplo, a supervisão automatizada de cais, o tráfego de navios de superfície autônomos, o transporte horizontal automatizado, bem como a automação de guindastes de pátio e o uso de drones no ambiente marítimo. Ele observa progresso no uso da rede 5G nesse setor. “Para chegar a porto automatizado, diferentes máquinas e sistemas precisam se comunicar uns aos outros para otimizar a eficiência do porto”, analisou.
 

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