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Acidentes envolvendo navios podem ser mais frequentes no Porto de Santos, dizem especialistas

Fonte: A Tribuna On-line
 
Para Paulo Henrique Cremoneze, o aumento da dimensão das embarcações aumenta também o risco de colisões
 
 
Acidentes como o do Cap San Antonio, ocorrido no último domingo (20), tendem a ser cada vez mais frequentes no Porto de Santos. O motivo, segundo o advogado e especialista em seguros de embarcações Paulo Henrique Cremoneze, é o aumento da dimensão das embarcações que vêm ao cais santista, o que também amplia os riscos de 
 
“O que se viu, com certeza vai acontecer novamente. Cedo ou tarde. Essas coisas acontecem, por mais que os navios tenham avançado muito em tecnologia. Não só em engenharia naval, mas em informação. Tem o fato humano, erro de manutenção. Mas, de qualquer forma, a responsabilidade é sempre do navio”, destacou o especialista.
 
Segundo Cremoneze, os riscos de acidentes são maiores conforme o tamanho das embarcações. O advogado se refere aos navios de até 366 metros que poderão trafegar no canal de navegação do Porto de Santos, graças a uma autorização da Marinha do Brasil.
 
“Santos, aos poucos, melhora o seu calado, e os grandes navios, os supercarrier ou megacarrier, vão entrar e sair do Porto. É bom para a economia? De uma forma geral, é. É bom para os armadores? Muito bom, porque eles carregam mais cargas com menos tripulação e menos custos. Mas é mais perigoso”.
 
Por outro lado, para o engenheiro naval e professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) Marcelo Ramos Martins, há o risco de acidentes, mas ele não é maior em casos de navios de grande porte.
 
Segundo ele, o fato de o Porto de Santos ter previsão de receber navios maiores leva a crer que a consequência, caso ocorra um acidente como esse ou pior, seja maior. Por isso, é preciso diminuir as chances de sinistros. “Se a gente quiser uma operação com risco zero, vai comprometer e limitar qualquer operação industrial. A ocorrência desse evento deve ser analisada, buscando identificar quais são as causas e as barreiras de segurança que não funcionaram”, afirmou o professor universitário.
 
Prejuízos
 
De acordo com o advogado, após o acidente, é hora de avaliar os prejuízos, que incluem, também, as cargas. Isto porque, com a colisão, algum contêiner pode ter se movimentado e sofrido avaria, assim como as mercadorias que estão dentro.
 
“Se o rasgo fosse maior do que a gente vê aparentemente nos vídeos, se ele (navio) tivesse adernado, contêineres cairiam no mar. Isso já aconteceu em Santos. Nesse caso, alguns podem ser retirados, outros não. Alguns têm produtos químicos, outros não. Estamos sempre sujeitos a riscos”, afirmou Cremoneze.
 
O advogado também aponta que acidentes como este chamam ainda mais atenção para a necessidade de cobrar planos de contingência das autoridades e um trabalho preventivo a ser realizado pelos armadores. “Em uma sociedade como a que nós vivemos, não tem como não exigir dos armadores prevenção, máximo cuidados e reparação imediata em caso de danos”, destacou o especialista.
 
Reveja o momento do impacto do navio contra os atracadouros


 

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