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Fila de porta-contêineres aguardando berço chega a 300 navios no mundo

Fonte: Portos e Navios

 
Um levantamento feito pela Seaexplorer, uma plataforma de transporte de contêineres criada pela empresa de logística suíça Kuehne + Nagel, mostra que, hoje, há mais de 300 navios porta-contêineres aguardando a abertura de berços em todo o mundo. A retomada da economia em muitos países — em especial na China — somada às limitações ainda impostas pela pandemia do coronavírus pôs o setor em um nível de pressão nunca visto nos 65 anos de história desse tipo de transporte.
 
“As empresas aumentaram seus estoques, as cadeias de suprimentos estão com operações muito apertadas, o processo de just in time não funciona nestes tempos e a demanda do consumidor continuará forte”, observou o vice-presidente executivo de logística marítima da Kuehne + Nagel, Otto Schacht, em seminário transmitido pelo Linkedin.
 
O congestionamento marítimo se dá de duas formas, segundo o levantamento da Seaexplorer: há portos superlotados ou sofrendo interrupções em suas operações e outros com excesso de navios esperando a vez de operar. No Brasil, o estudo aponta que o Porto de Santos enfrenta o congestionamento.
 
Em todo o mundo, o problema se agrava porque não há ferramentas disponíveis para minimizar o problema. E, com as cadeias de suprimentos trabalhando no limite, cada interrupção adicional é adicionada ao backlog.
 
“As redes marítimas globais trabalham mais no limite do que nunca, com congestionamento portuário e interrupções retendo navios e cargas em todo o mundo”, observou o CEO da Sea-Intelligence, Alan Murphy, “Como agora estamos entrando na alta temporada, devemos esperar que isso dure pelo menos até o fim do ano”.
 
Na avaliação do gerente sênior de pesquisa de contêineres da consultoria britânica Drewry, Simon Heaney, gargalos e atrasos nos portos ao redor do mundo são o sintoma de um colapso mais amplo na infraestrutura da cadeia de abastecimento, causado pela pandemia, que gerou mudanças nos hábitos de consumo e a redução da produtividade em muitos países.
 
“É muito claro que é um problema global. Como tal, vai levar algum tempo para ser resolvido”, afirmou Heaney, sugerindo que há “grandes questões filosóficas” que a indústria e seus clientes precisam resolver sobre como melhor evite uma repetição deste cenário calamitoso.
 

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