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Vacinação prioritária no Porto

Fonte: A Tribuna On-line
 
Potencial de risco do contato dos portuários desprotegidos com o restante da população da região é preocupante
 
 
Os portos são um histórico ponto de entrada de inúmeras doenças, da febre amarela à gripe espanhola, incluindo a dengue, e, por isso, a vacinação dos portuários em todo o País é de elevada importância. Basta observar que há poucas semanas trouxe preocupação o caso do tripulante identificado com a variante indiana em navio no Maranhão. Assim, é possível entender o motivo dos profissionais de saúde terem começado a vacinar, na semana passada, 14.141 portuários da região contra a covid-19. Porém, diferentemente do que foi garantido aos demais portos brasileiros, o complexo santista não contará com todas as suas categorias de trabalhadores imunizadas. Ficaram de fora quem tem menos de 35 anos e várias outras funções, como agentes de navegação, vistoriadores e inspetores de navios, despachantes aduaneiros e fornecedores de itens de bordo.
 
A exclusão se deu com base no Plano Nacional de Imunização (PNI), do Ministério da Saúde, com aplicação aos contemplados com as doses da Covishield, imunizante da parceria AstraZeneca e Oxford e produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A medida contrariou promessa do ministro da infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, que em visita a Santos há uma semana garantiu que todos os trabalhadores portuários do País serão imunizados. Porém, faltou combinar com o Ministério da Saúde, que alegou que ainda não há prazo para que novas remessas de vacinas sejam enviadas.
 
Por isso, é correto o pleito da Coalizão Empresarial Portuária, que reúne seis entidades representativas do setor, de cobrar do secretário nacional de Portos e Transportes Aquaviários, Diogo Piloni, a vacinação de todos os profissionais que atuam nos centros logísticos industriais aduaneiros (Clias), além de agentes marítimos, fornecedores de bordo e outras atividades correlatas. O presidente da Associação Comercial de Santos, Mauro Sammarco, alertou pontualmente o Conselho da Autoridade Portuária (CAS) de que os profissionais ficam expostos a cepas do coronavírus oriundas do exterior.
 
Os riscos são elevados, considerando o contingente sem imunização, como mais de 2 mil agentes, segundo o Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo (Sindamar).
 
Já os trabalhadores que estão sendo vacinados agora são avulsos e funcionários dos terminais da Margem Direita (Santos), o pessoal dos terminais da Margem Esquerda (Guarujá) e portuários que atuam nas indústrias de Cubatão, além de servidores federais da Autoridade Portuária (atual denominação da Codesp) e o funcionalismo da União, como Receita Federal, Ibama, Vigilância Agropecuária e Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
 
É de conhecimento de todos que há falta de vacinas e que o processo de imunização continua lento, mas o potencial de risco de contato dos portuários desprotegidos com o restante da população da região é de fato muito preocupante.
 

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