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Governo de SP recua e prorroga fase de transição do Plano SP até dia 14 de junho

Fonte: Folha de S. Paulo
 
Comércios permanecem com abertura permitida até 21h; Doria diz que momento exige cautela
 
 
O governo João Doria (PSDB) recuou na flexibilização das regras de isolamento social e prorrogou nesta quarta-feira (26) a fase de transição do Plano São Paulo até o dia 14 de junho.
 
Inicialmente, a atual fase do plano iria apenas até o fim do mês. Mas, segundo Doria, os indicadores da pandemia recomendam cautela neste momento. Com isso, permanecerá permitido aos estabelecimentos o funcionamento apenas até as 21h, com lotação máxima de 40%.
 
O anúncio foi feito no Palácio dos Bandeirantes, na zona oeste, em coletiva sobre medidas contra o coronavírus.
 
Antes, apesar do alto patamar de casos, o governo havia anunciado que a fase de transição do Plano SP seguiria até 31 de maio e, a partir de 1º de junho, teria início uma nova fase do plano, com ampliação do horário de funcionamento das atividades econômicas até as 22h e maior de ocupação dos estabelecimentos, de 60%.
 
Paulo Menezes, coordenador do centro de contingência contra o coronavírus, afirmou o adiamento é a medida mais prudente.
 
"Tivemos avaliação de que não seria ainda o momento de poder avançar como havia sido pensado na semana anterior e hoje a gente tem a extensão para continuarmos caminhando desta forma. Houve um aumento na incidência de casos. Semana passada estávamos com 370 casos por 100 mil a cada 14 dias. Hoje, temos 418 casos por 100 mil, um aumento de 10%", disse.
 
O número de internações passou de 72 por 100 mil para 77 por 100 mil. O aumento, mais discreto que o de casos, é visto como indício de que as vacinas estão impactando os números. "Isso também já é bastante sugestivo do processo de vacinação nos mais vulneráveis que reduz a probabilidade de haver casos graves e assim nós continuamos esse monitoramento", disse.
 
João Gabbardo, também do centro de contingência, também citou os patamares elevados de casos e internação. No entanto, afirmou que a ideia é mudar a forma de combater a pandemia com o tempo. "Aos poucos nós vamos substituindo uma metologia de abrir e fechar setores econômicos e empresas para um monitoramento mais inteligente", disse o médico, citando o anúncio de ampliação da testagem feito pelo governo.
 
O secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn, disse que o aumento no número de casos foi de 8,3% e nas internações foi de 7,8%, na média diária de casos da semana.
 
Patrícia Ellen, secretária de Desenvolvimento Econômico, disse que haverá 10 eventos-teste no estado, como festas, eventos sociais e feiras criativas. "Todas as pessoas que participarem serão testadas e monitoradas em duas semanas", disse.
 
O objetivo é fazer o acompanhamento desse tipo evento, para avaliar protocolos para uma reabertura no futuro.
 
O governador João Doria também afirmou que, se for convocado para a CPI que apura a gestão do poder público na pandemia, irá. "Mas eu quero deixar bastante claro, para governistas, bolsonaristas e outros istas, que vou falar a verdade. E vai piorar muito a situação daqueles que ouvirem serão classificados ainda mais fortemente como negacionistas e pessoas que contribuíram para a morte de muitos brasileiros que poderiam estar vivos. Quem não deve não teme. Me convoquem, e eu lá estarei", disse.
 
VACINAÇÃO
 
O governo anunciou a previsão da vacinação contra coronavírus de pessoas entre 45 e 54 anos a partir do dia 2 de agosto.
 
Pelo cronograma, entre 2 e 16 de agosto, seriam vacinadas as pessoas de 50 a 54 anos. De 17 a 31 de agosto, seria a vez das pessoas de 45 a 49 anos.
 
O governo, no entanto, depende que seja cumprido o cronograma do Ministério da Saúde para a vacinação dos grupos. "Lembrando que estamos dizendo que precisamos de mais doses e o cumprimento do calendário do ministério tem que ser cumprido", disse Regiane de Paula, coordenadora de imunização.
 
O governador também anunciou o início da vacinação de trabalhadores aeroviários nesta sexta-feira (28), começando pelos funcionários de Cumbica, Congonhas e Viracopos.
 
Os portuários do Porto de Santos serão vacinados a partir de terça (1º). O total, entre aeroviários e portuários, é de 40 mil pessoas.
 
No entanto, segundo Regiane de Paula, as doses enviadas atualmente não são suficientes para vacinar todo o público-alvo das duas categorias.
 
Rui Curi, diretor do Butantan, também falou sobre o processo de autorização para início dos testes da Butanvac, imunizante que poderá ser feito totalmente com insumos produzidos no Brasil. Na próxima sexta (28), será enviada uma série de informações à Anvisa.
 
A expectativa do instituto é conseguir a liberação para início dos estudos clínicos já a partir da primeira semana de junho.
 

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