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Após ser pego de surpresa, Porto de Santos quer acesso aos dados da Comunidade Portuária

Fonte: A Tribuna On-line
 
Implantação da plataforma portuária teve as atividades suspensas
 
 
A suspensão das atividades do projeto Sistemas de Comunidade Portuária (Port Community Systems ou PCS, no original em inglês) pegou os usuários do Porto de Santos de surpresa. Agora, a expectativa é de que o setor tenha acesso aos dados obtidos durante o ano em que os processos de entrada e saída de embarcações foram mapeados pelo projeto.
 
O PCS é uma iniciativa do Prosperity Fund, o fundo de investimento britânico para países em desenvolvimento. Ele prevê a criação de uma plataforma digital que integrará sistemas de controle de órgãos federais que atuam no setor portuário. Também estão previstas mudanças nos processos e, com isso, espera-se reduzir em um dia o tempo para a liberação de cargas de exportação e em dois dias para as de importação.
 
No entanto, conforme revelado por A Tribuna no último domingo, há um mês, o governo britânico anunciou um corte de verbas direcionadas a projetos internacionais. E o PCS foi um dos programas afetados pela decisão.
 
Para o presidente da Federação Nacional das Operações Portuárias (Fenop), Sérgio Aquino, é importante que os dados mapeados durante o ano passado sejam aproveitados pelo setor portuário. Para o executivo, o Conselho de Autoridade Portuária (CAP) é o órgão que “deveriam assumir e puxar para si a continuidade desse projeto”.
 
Segundo o executivo, o CAP pode discutir e aproveitar melhor as estratégias de otimização já traçadas pelo PCS. “Primeiro, é importante destacar a extrema importância dessas atividades do PCS em vários portos do mundo. Mas também é importante que a gente destaque que essa questão, nos principais portos do mundo, é muito mais que sistema integrado de TI. É uma cultura de envolvimento coletivo sobre setor”.
 
Aquino destaca que o CAP é o órgão com poder de integrar e harmonizar os interesses da Cidade, do Porto, das entidades empresariais e laborais e dos órgãos públicos envolvidos na atividade portuária.
 
“É lógico que se espera uma perda na sequência do trabalho, mas acho que o trabalho não está perdido. Muita coisa foi realizada, as partes estão se envolvendo mais. A gente espera que seja um momento de interrupção e tenha retomada”, afirmou. “O que a gente precisa é não deixar ser perdido ou desatualizado com o tempo”, completou o presidente da Fenop.
 
O diretor-executivo da Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados (Abtra), Angelino Caputo, lamentou a interrupção dos trabalhos, pois eles trariam maior modernidade e eficiência aos quatro portos contemplados pelo projeto no País – Santos, Rio de Janeiro (RJ), Suape (PE) e Itajaí (SC). “Esses estudos iniciais são produtos importantes e devem ser aproveitados no caso de retomada do projeto, evitando-se retrabalho”, disse.
 
Segundo o executivo da Abtra, a entidade vai aguardar qual será o posicionamento do grupo Palladium, responsável pela condução do PCS, e se esse consórcio possui alguma proposta para a retomada do projeto.
 
Dados
 
Após mapear cerca de 400 processos necessários para a entrada e saída de embarcações do Porto de Santos, os integrantes do PCS identificaram que é possível reduzir 40% deles. Isto seria possível eliminando redundâncias e otimizando procedimentos.
 
Neste mês, o PCS entraria em uma nova fase. A ideia era fazer uma medição da redução dos tempos operacionais a partir da otimização dos processos. E também seria calculada a economia que essas mudanças deverão gerar.
 
Em paralelo, até março do ano que vem, deveria estar pronta a primeira versão do PCS. O trabalho incluía a definição do software a ser utilizado na plataforma.
 

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