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Após 2ª dose de vacina contra a Covid-19, óbitos de idosos com 80 anos ou mais caem 42% em Santos, SP

Fonte: G1 Santos
 
Município tem um dos maiores índices de idosos no país. Em abril do ano passado, mortes nesta faixa etária representavam 52% do total de óbitos por Covid-19. No mês passado, representou apenas 10%.
 
 
O índice mensal de óbitos por Covid-19 registrados em idosos com 80 anos ou mais em Santos, no litoral de São Paulo, caiu 42% em um ano, conforme dados obtidos pelo G1 junto à Secretaria de Saúde. Infectologistas atribuem o número à aplicação da segunda dose de vacina nesta faixa etária.
 
Santos é um dos municípios com maiores índices de idosos acima dos 65 anos no país, com cerca de 20% da população. O grupo é considerado a faixa etária com os maiores riscos de morte por complicações causadas pelo coronavírus desde o início da pandemia, sendo priorizado nos planos de imunização da população.
 
Em abril do ano passado, das 69 mortes registradas no município, 36 foram óbitos de idosos com 80 anos ou mais, representando 52% do total. Desde o início da pandemia até o momento, este foi o maior índice registrado.
 
O número chegou a apresentar queda no mês seguinte, passando para 34% dos óbitos registrados em maio do ano passado, mas voltou a subir nos meses de junho, outubro e dezembro de 2020.
 
Desde o início deste ano, o índice apresenta uma pequena queda mensal, com 38% em janeiro, 36% em fevereiro e 33% em março. Em abril, os óbitos por Covid-19 desta faixa etária representaram apenas um a cada dez do total registrado no mês.
 
 
Ciclo de imunização
 
Para Evaldo Stanislau, infectologista do Hospital das Clínicas, não há dúvidas de que a queda nos óbitos está associada à finalização do ciclo de imunização contra a Covid-19. "No mundo todo, as populações vacinadas têm tido queda na incidência de formas graves e óbito por Covid", afirma.
 
"E, também, na minha prática diária, tenho observado casos em idosos bem mais leves do que antes da vacinação. [Isso] reforça a importância de todos tomarem a vacina e da forma correta, com duas doses", afirma Stanislau.
 
O especialista diz, ainda, que a esperança é que essa queda se reflita nas próximas faixas etárias. "Porém, estamos em uma corrida contra o relógio, e ainda há muitos não vacinados e expostos. Por isso, o risco de terceira onda é real, para breve, e preocupa. Se nossa vacina não estivesse tão atrasada, o cenário poderia ser outro, mas a realidade preocupa", aponta.
 
O infectologista Marcos Caseiro, que atua no Hospital Guilherme Álvaro, também concorda com a correlação. "Isso é uma realidade. Houve uma redução muito acentuada nessa faixa etária que terminou a imunização", diz.
 
"Há uma relação causal total entre vacinação e redução da mortalidade dessa faixa etária. O reflexo foi impressionante. Se mantendo a vacinação, certamente a gente vai ter redução nas mortes das próximas faixas etárias", afirma Caseiro.
 
No entanto, ele chama a atenção para as variantes da doença. "A vacina não é bala de prata, a gente também tem outras questões, como as variantes. De qualquer maneira, é importante ter clareza que a vacinação é inequivocamente eficaz".
 
A aplicação da primeira dose nos idosos teve início em 8 de fevereiro, com faixas etárias divididas por etapas. Nestes grupos, a imunização foi feita apenas com a CoronaVac, que deve ter a segunda dose aplicada em um intervalo entre 21 e 28 dias depois da primeira.
 
Os idosos começaram a receber o reforço da imunização a partir do começo de março. O sistema imunológico leva, em média, duas semanas para criar anticorpos neutralizantes, capazes de barrar a entrada do vírus nas células, segundo especialistas. A resposta também pode variar de acordo com a faixa etária e outros aspectos individuais.
 

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