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Operadores do Porto de Santos vão buscar alternativas para gargalos ferroviários

Fonte: A Tribuna On-line
 
Decisão do TCU afeta plano da Autoridade Portuária de começar construção de pera ferroviária entre 2022 e 2023
 
 
Operadores do Porto de Santos pretendem buscar alternativas para evitar eventuais gargalos ferroviários no cais. Há o temor de que tais problemas possam ocorrer como resultado de um possível atraso nos investimentos ferroviários na região de Outeirinhos, onde deve ser construída uma pera. O setor também aguarda a publicação do acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU) determinando a prorrogação o contrato de arrendamento do terminal do Grupo Marimex nessa área do complexo marítimo.
 
Na última quarta-feira, o TCU decidiu prorrogar o contrato da instalação, especializada no armazenamento de contêineres, que foi encerrado em maio do ano passado. Há mais de um ano, o terminal pediu sua renovação, o que foi negado pela estatal que administra o Porto de Santos. Mas, agora, poderá operar no local até 2025, quando vence o contrato da Portofer, a concessionária ferroviária do cais santista.
 
A decisão do TCU atrasa os planos do Governo Federal, que pretende construir, no local do terminal e em terrenos próximos, uma pera ferroviária e novos terminais de fertilizantes. O investimento está previsto no Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ) do Porto.
 
A pera é um pátio em formato circular que possibilita o transbordo da carga sem a necessidade de desmembrar o trem. Para os usuários, a estrutura garantirá maiores agilidade e segurança nas operações, já que não haverá a necessidade das manobras que travam o tráfego dos vagões e, muitas vezes, dos veículos que trafegam pela zona portuária.
 
O plano inicialmente divulgado pelo Ministério da Infraestrutura era implantar a pera entre o final do ano que vem e 2023. Agora, a pasta será obrigada a adiar o planejamento.
 
A estrutura ferroviária é uma das obras previstas no pacote de investimentos da nova Ferrovia Interna do Porto de Santos (Fips). Neste momento, a Autoridade Portuária estuda um modelo a ser adotado para a gestão dessas linhas férreas.
 
A hipótese mais provável é que seja criada uma sociedade de propósito específico (SPE), que será a nova concessionária ferroviária. Porém, o modelo ainda não foi definido pela APS.
 
Terminais
 
“O Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp) está empenhado em organizar um diálogo com a Autoridade Portuária para avaliação de alternativas”, destacou a entidade, em nota.
 
Para o presidente do Sopesp, Régis Gilberto Prunzel, é preciso continuar buscando alternativas para a repotencialização das malhas ferroviárias dos portos da Baixada. O executivo afirma estar ciente do julgamento no TCU e considera os investimentos ferroviários como importantes e necessários para dar continuidade ao crescimento do Porto.
 
Importância
 
O setor entende que, a partir dos investimentos na malha ferroviária paulista, as atenções se voltam à possibilidade de criação de gargalos ferroviários no Porto. Por isso, pretende garantir vazão à armazenagem e à movimentação de granéis sólidos e de carga geral no cais santista.
 
A malha interna atual permite a movimentação de 50 milhões de toneladas por ano (atualmente já opera 45 milhões de toneladas por ano), mas a demanda deve bater a casa das 75 milhões de toneladas anuais em breve.
 

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