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Aumento dos remédios faz moradores da Baixada Santista cancelarem até plano de saúde: 'Um ou outro'

Fonte: A Tribuna On-line
 
No dia 1º de abril, medicamentos tiveram aumento de até 10,08%
 
 
No início deste mês de abril, medicamentos tiveram um aumento que vai de 6,79% e pode chegar até 10,08%. O reajuste nos valores dos remédios, que geralmente costuma ser no mês de abril, ficou suspenso no ano passado durante 60 dias por conta da pandemia. 
 
Alguns moradores da Baixada Santista relataram em conversa com a reportagem de ATribuna.com.br. João da Silva Filho é morador de Mongaguá, e está aposentado por invalidez devido a problemas na coluna. Ele contou que a aposentadoria que recebe não é um valor tão alto e que os valores gastos em medicação, para o coração e pressão alta, se aproximam dos R$ 500. 
 
"Precisei mudar para um lugar onde o aluguel era mais baixo e também cancelei meu plano de saúde. Ou eu tinha um plano ou eu pagava pelos remédios. E infelizmente eu preciso dos dois né?".
 
A esposa dele, que pediu para não se identificar, faz uso de antidepressivos e ansiolíticos, além de remédios para dor. Ela não pode trabalhar no momento por conta de seus problemas de saúde.
 
A estagiária Yasmin Donato contou que, na casa dela, todos os membros da família gastam bastante com remédios: "sempre buscamos por amostras grátis para aliviar nosso bolso". Ela explicou que tanto ela como a mãe e a irmã fazem tratamento psiquiátrico, para problemas emocionais e também enxaqueca. 
 
"Minha mãe também tem pressão alta e problemas cardíacos. O meu pai toma remédio para a circulação. Mesmo quando conseguimos amostras grátis, o gasto que temos com medicação passa facilmente dos mil reais, sem contar os remédios comuns como analgésicos", contou ela à reportagem. 
 
Yasmin falou que a prioridade da família é sempre arcar com as medicações, e que as compras na farmácia sempre são parceladas em quantas vezes for possível no cartão de crédito.
 
Iza Barrera mora em Santos e é pensionista, e tem sentido bastante o peso do aumento nos remédios que ela toma. Ela é cardiopata, hipertensa e diabética e toma diversos medicamentos.
 
"Preciso ter sempre disponível os medicamentos para essas doenças, então cortei gastos com telefone, TV, entre outros", contou. 
 
Ela afirmou que consegue retirar alguns remédios na Farmácia Popular, mas que alguns medicamentos não são disponibilizados integralmente, como é o caso do seu tratamento para hipertensão. A fita para diabetes, usada para medir a glicemia, não pode ser retirada na Farmácia Popular pois Iza não faz uso de insulina. O gasto com as fitas pode variar de R$ 100 a R$ 200 nas farmácias.
 
O aumento nos remédios é feito anualmente pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). O percentual é definido de acordo com a Lei 10.742/2003 e calculado de forma que leve em conta a inação, que por sua vez é medida pelo Índice Nacional de Preços ao consumidor Amplo (IPCA). De março de 2020 até fevereiro de 2021, a alta acumulada é de 5,20%.  
 

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