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Capital antecipa feriados e vai parar por nove dias; Baixada Santista teme ‘manada’ de turistas

Fonte: Costa Norte
 
Capital vai parar para conter sobrecarga do sistema de saúde e avanço vertiginoso da covid-19; no entanto, tiro da Capital pode sair pela culatra e resvalar na Baixada Santista que também sofre com avanço da doença
 
 
A prefeitura de São Paulo anunciou nesta quinta-feira (18) a antecipação de cinco feriados que, somados aos finais de semana, vão parar a cidade por 09 dias, de 27 de março a 4 de abril. As medidas, que visam diminuir drasticamente a circulação, buscam conter a sobrecarga do sistema de saúde e frear a disseminação galopante do coronavírus na cidade. 
 
No entanto, o tiro de São Paulo pode sair pela culatra e resvalar na Baixada Santista, região que tradicionalmente recebe um intenso fluxo turístico quando a Capital para em feriados prolongados.
 
Há precedentes durante a pandemia. Cidades que não fecharam suas praias durante os feriados de final de ano, viram os espaços se transformarem num pandemônio e, semanas depois, testemunharam as curvas de covid-19 subirem drasticamente.
 
O prefeito Bruno Covas (PSDB), junto do anúncio da primeira morte por covid-19 por falta de leito de UTI na Capital, anunciou que São Paulo antecipa para os dias 29, 30, 31 de março e 1º de abril, dois feriados municipais de 2021 (Corpus Christi, previsto para 3 de junho, e Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro) e três feriados municipais de 2022 (fundação de São Paulo, 25 de janeiro, Corpus Christi, 16 de junho, e Dia da Consciência Negra, 20 de novembro). O dia seguinte, 02 de abril, é um feriado nacional. Os cinco dias são entremeados por dois finais de semana. Com isso, São Paulo terá 09 dias de paralisação, sem dias úteis.
 
Para as gestões da Baixada Santista que conhecem bem a relação "São Paulo vazia, litoral cheio", a situação requer atenção. Sem a mesma estrutura da Capital, a Baixada Santista viu os casos de covid dispararem durante o avanço de novas cepas. Segundo dados do Centro de Contingência da covid, em 15 dias, a taxa de ocupação de leitos da Baixada Santista saltou 23%. Foi de 51% no dia 04, para 74% nesta quinta-feira e segue com propensão de aumento nos próximos dias. 
 
Apesar das praias da região estarem interditadas ou fechadas em decorrência da fase emergencial, que, por enquanto, vigora até 30 de março, a região tem tido dificuldades em fiscalizar suas gigantescas faixas de areia. Apenas Peruíbe possui 15 km de praias, Praia Grande tem ainda mais, 22 km de orlas, o equivalente a oito avenidas paulistas uma do lado da outra.
 
No último final de semana, que encerrou a semana mais cruel da história da pandemia no estado, mesmo às vésperas da fase emergencial, mais de 120 mil veiculos se dirigiram à região. Segundo a Ecovias, o fluxo de veículos não diminuiu nem 20% em relação e outros períodos ensolarados na mesma época do ano.
 
Desde o ano passado, as prefeituras da região têm apelado ao governo estadual um controle mais rigoroso das estradas da serra do mar, com pouco retorno. Desta vez, o controle da covid-19 na capital, pode significar  um descontrole ainda maior da doença na Baixada Santista. 
 

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Comentários (2)

João
Data: 20/03/2021 - 11h16
Com certeza
Adrei Antonio Degasperi
Data: 19/03/2021 - 08h56
Se não houver concordância, do Governador do Estado, os Prefeitos da Baixada Santista, deveriam adotar medidas mais duras, para proteger seus moradores, tais como fechamento das Praias, dos Shoppings, etc..

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