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Reformas portuárias em clima de campanha eleitoral

Fonte: Portogente
 
Não há nada mais difícil de controlar do que liderar a introdução de uma nova ordem." (Nicolo Machiavelli)

 
O setor portuário estatal brasileiro tem sido operado por décadas como ente político. Tal realidade tem se traduzido por práticas ineficientes e atraso na inovação das suas operações. Por isso, o programa de desestatização dos portos do Brasil tem urgência. É uma decisão política. A volta de Lula à cena política, organiza o Partido dos Trabalhadores para as próximas eleições.
 
Como era esperado, e o Congresso vem demonstrando, a articulação para eleger os presidentes das duas Casas legislativas não construiu solidez para sustentar o palco das reformas. Ao mesmo tempo que aumentam as tensões sanitária e econômica, também se expõe a tibieza na condução da Câmara de Deputados.
 
O ministro Tarcísio Gomes de Freitas tem demonstrado competência técnica, trânsito político e talento para negociação. Sua desenvoltura e diálogo fácil para lidar com o capital e o trabalho conferem confiança na desestatizações dos portos de Santos e São Sebastião, ambos do litoral paulista, e Vitória (ES). Contudo, o papel das comunidades portuárias será essencial na construção de uma transição que contemple e alinhe a gestão e o negócio portuário.
 
Trata-se de aproximar problema e solução. O assunto é da maior importância, pois traz de volta ao cenário portuário o poder do Conselho de Autoridade Portuária (CAP), hoje reduzido a uma sala para tomar chá com torradas. Por falta de fórum e negociação adequada, o caso mais emblemático são os conflitos causados pela poligonal dos portos organizados. Área onde fluem múltiplos e distintos interesses.
 
Na manhã desta quarta-feira (10/3), o pronunciamento de duas horas do ex-presidente Lula polarizou a campanha de 2022 com Bolsonaro (sem partido) e repercutiu com intensidade no noticiário brasileiro e mundial, durante todo o dia. Nesta quadra, a desestatização dos portos exige determinação e articulação para atender também aos interesses do outro lado. Pelo menos de maneira aceitável.
 

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