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Porto de Santos tem movimento tranquilo no primeiro dia da greve nacional dos caminhoneiros

Fonte: A Tribuna On-line
 
O movimento de caminhões no Porto de Santos esteve tranquilo na manhã desta segunda-feira, primeiro dia da anunciada greve de caminhoneiros. A Guarda Portuária estava de olho no fluxo de veículos nos principais pontos de acesso ao cais. Os profissionais autônomos da Baixada Santista mantiveram decisão de não aderir à paralisação nacional. Na região, são mais de 5 mil pessoas.
 
O Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e Vale do Ribeira (Sindicam) afirma que as reivindicações da categoria são justas. Porém, esse não seria o momento para cruzar os braços. Eles defendem a abertura de diálogo em busca de melhorias para os profissionais, diz o diretor Gustavo Vieira Oliveira.
 
“A gente acha justa e legítima a maioria do que está sendo pleiteado. Mas não acho que agora seria o momento para greve por conta da pandemia e porque o País está com dificuldades econômicas”.
 
Entre as reivindicações, segundo Oliveira, estão autonomia sindical para negociações sobre preços mínimos de fretes, diminuição dos tributos cobrados sobre o óleo diesel e aposentadoria especial para o transportador autônomo.
 
Ele afirma que o caminhoneiro autônomo não está tendo nenhum incentivo por parte das autoridades. “As empresas têm desconto em impostos para a compra de insumos como pneu, implementos rodoviários, têm linha de credito, e fica até desigual para a gente concorrer. Mas não é o momento para parar. Mas queremos espaço para dialogar”.
 
Reunião
 
Na última quinta-feira (28), uma reunião com 16 entidades da categoria na região decidiu pela não participação dos caminhoneiros, acrescenta o vice-presidente da Associação Valongo dos Transportadores Autônomos (AVTA), Alexsandro Viviani.
 
“Para fazer paralisação, a gente tem um acordo no qual todos se reúnem e definimos juntos e, nesse reunião decidiram não aderir. Na verdade, que gostaria de aderir. Mas a decisão é conjunta. Na votação ficou que não vamos aderir”.
 
Situação
 
Trabalhador autônomo, Fidelix Luis, 42 anos, está na área há 25 anos. E concorda com o posicionamento das entidades. Para ele, a situação já está difícil devido à pandemia e pode piorar com a paralisação. “Uma greve não iria resolver a situação. Nosso trabalho no Porto ainda dá para viver”.
 
Alan Rodrigo Santos Bispo, 41 anos, há 15 no mercado de trabalho, também é contrário à paralisação. “O Paíss vive uma situação difícil. Não entendemos ainda o que está acontecendo. Muitas lideranças estão falando coisas diferentes e não queremos ser massa de manobra na mão de ninguém”.
 
Já o Flávio de Souza, 42 anos, veio do interior de São Paulo carregar trigo. Para ele, seria preciso parar em busca de melhorias para os caminhoneiros. Mas afirma que só cruzará os braços se for decisão da maioria. “Está difícil tocar. O frete não cobre gastos com pneus e combustível. Mas não posso parar sozinho”.
 
Renê Moraes, 61 anos, saiu do Paraná para levar trigo para Belo Horizonte, Minas Gerais. Ele diz acredita que se todomundo parasse, a situação da categoria poderia ter melhoras. Ele conta ainda que trabalha por comissão. Em janeiro, fez apenas três viagens e recebeu R$ 1 mil. “É menos de um salário-mínimo. Preciso fazer, pelo menos, umas dez viagens para sobrar uns R$ 4 mil. Está difícil”.
 

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