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Leilões de áreas da Alemoa devem atrair novos operadores ao Porto de Santos

Fonte: A Tribuna
 
Licitações para o arrendamento dos lotes STS08 e STS08A serão “bastante” disputadas, projetam consultores


 
Os dois próximos leilões de terminais do Porto de Santos devem ser “bastante disputados”, segundo especialistas no setor. Porém, ainda há pontos que merecem atenção na proposta do Governo Federal. O impacto das novas operações no trânsito, na região da Alemoa, é uma das preocupações, tendo em vista que a logística deverá ser realizada por caminhões.
 
Os lotes STS08 e STS08A, que terão foco na operação de granéis líquidos, devem ir a leilão no segundo trimestre do ano. Os estudos estão em análise no Tribunal de Contas da União (TCU). Segundo o Governo, o arrendamento das áreas deve motivar investimentos de R$ 1,06 bilhão, sendo R$ 265,5 milhões no STS08 e R$ 791,8 milhões no STS08A.
 
De acordo com a Autoridade Portuária de Santos, os recursos serão destinados à modernização, ao aumento de capacidade dos terminais e à construção de um novo píer com dois berços de atracação. As áreas são contíguas (hoje, nelas, está o terminal da Transpetro, da Petrobras) e somam 443 mil metros quadrados, mas serão licitadas separadamente, com 137,3 mil metros quadrados do STS08 e 305,6 mil metros quadrado do STS08A.
 
"Eu entendo que o STS08 deve ser o mais disputado, por estar mais próximo do modelo de prestador de serviço dos terminais já existentes e por ter menos obrigações de investimentos. O STS08A, eu acredito ser menos interessante ao mercado pelo volume de investimentos obrigatórios”, destacou o economista Fabrizio Pierdomenico, consultor portuário.
 
A mesma opinião tem o engenheiro Marcos Vendramini. Para ele, o STS08A deve arrecadar os maiores valores de outorga. E deverá despertar o interesse de empresas do setor de gás. “A área permitirá a implantação de uma capacidade de tancagem muito grande, com a consequente necessidade de movimentação em um cenário onde todos os players locais ainda têm muito espaço para crescer com os recursos existentes”, afirmou.
 
Por outro lado, o lote mais disputado será o STS08. “Mas, dificilmente, no meu entender, algum player já estabelecido em Santos (excetuando a Petrobras e suas subsidiárias) participará do certame, dado que todas ou já possuem áreas suficientes para expandir, acabaram de construir novas instalações ou sagraram-se vencedoras em leilões recentes”, explicou Vendramini.
 
Para Pierdomenico, a empresa que opera a área dos dois lotes atualmente – a Transpetro – deve entrar na disputa. “Devem vir novos players (no leilão). E acredito que a Transpetro, atual arrendatária, seja uma das empresas a participar. O otimismo (em relação a essas duas licitações) é justificável pois qualquer ativo no Porto de Santos sempre atrai o interesse dos investidores, pois é o mais importante e o mais estratégico porto do País”, destacou.
 
Compartilhamento
 
Para Vendramini, o compartilhamento de áreas entre a Transpetro e o novo arrendatário, durante a fase de implantação dos terminais, pode causar conflitos. Para o consultor, este é um ponto que deve ser avaliado antes da publicação do edital, o que deve ocorrer até o final de março. 
 
"Quais as normas de trabalho e execução de serviços que prevalecerão? Sabe-se que a Petrobras, por exemplo, possui normas e horários típicos de estatais, cujo emprego pode tornar mais dispendioso o desenvolvimento de trabalhos quando comparado à empresas privadas que igualmente utilizam normas e boas práticas internacionais de segurança”, disse o engenheiro.
 

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