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Um robô vai tomar seu emprego, será?

Fonte: DCI / Mateus Baumer*
 
Máquina de fabricar fralda não olha para clientes nem avalia o consumo
 
A forte onda de automação proporcionada pelo uso de novas tecnologias dentro de empresas dos mais variados segmentos já tem reflexos importantes no planejamento das empresas para os próximos anos. E já é uma realidade em áreas cujas tarefas são repetitivas, como o relacionamento com o cliente, desde o momento da conquista desses consumidores até sua retenção e fidelização.
 
Um novo cenário que trouxe fortes questionamentos sobre os limites da automação desses processos. Afinal, até onde as empresas vão conseguir automatizar? Até onde vale a pena apostar nas inovações para reduzir custos e agilizar procedimentos?
 
A resposta exata para esses questionamentos é impossível de ser dada, mas alguns fatores nos ajudam a criar hipóteses sobre o tema.
 
A busca constante das pessoas por socialização, por exemplo, é um fator comportamental que nos permite entender que, por mais benefícios que a automação de processos traga para o nosso dia a dia, uma empresa nunca poderá ser totalmente automatizada.
 
As redes sociais são um fenômeno global que exemplifica bem a necessidade humana de conectividade com outras pessoas.
 
Além disso, ao mesmo tempo em que a automação agiliza processos, ela reduz custos, e permite que as empresas apostem no fator humano, que será sempre um diferencial para a atração de clientes.
 
Cada vez mais, empresas investem em experiências humanas e personalizadas para seus consumidores. Uma tendência que mostra que elas estão atentas e investindo sempre no componente humano, independentemente das possibilidades de automatização de seus processos.
 
Voltando aos limites das inovações tecnológicas, podemos afirmar que as empresas não conseguirão automatizar os trabalhos mais versáteis, que demandam criatividade, inovação e riscos desconhecidos.
 
As novas tecnologias vão, sim, modificar ainda mais as formas de relacionamento entre as pessoas e, consequentemente, das empresas com seus consumidores, parceiros, fornecedores e com o mercado em geral.
 
Mas, no mesmo contexto, precisamos lembrar que o aumento da produtividade gerado com automação torna produtos e serviços mais baratos, enriquecendo as pessoas. E, assim, novas demandas por relacionamentos surgem com novas ofertas.
 
Fazendo um paralelo, desde a revolução industrial até hoje, vimos vários trabalhos manuais em fábricas e fazendas serem substituídos por máquinas. Agora, as máquinas vêm substituir alguns processos mentais. Todas as fábricas estão sem gente? Não, e a situação vai ser parecida nos escritórios.
 
É meio óbvio, mas vale a reflexão: uma máquina que fabrica fralda é mais eficiente do que qualquer humano para fabricar fraldas de uma determinada qualidade, mas não serve sorvete ou olha para os clientes e reflete sobre o que mais eles poderiam consumir. A máquina não cria modelos de negócios, não fabrica outras máquinas, nem pensa em como melhorar o próprio processo. A Inteligência Artificial ainda está muito distante de ter a mesma cognição que um humano.
 
Essas são apenas algumas das razões para acreditarmos que há, sim, um limite para a automação dentro das empresas. A automação não vem para todos os processos, absolutamente. O ser humano demanda – como sempre - o contato humano. Trata-se de uma demanda que, por muito tempo ainda, só poderá ser atendida por pessoas, não por máquinas.
 
*Mateus Baumer é sócio da Bluelab e responsável pela diretoria de vendas
 

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