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Esse museu já circula, mas terá uma sede

Fonte: A Tribuna - 10/05/2012

Armazém 12-A, no Valongo, é o endereço

O Museu Vivo Internacional de Bondes, cuja parte do acervo pode ser vista em circulação no Centro Histórico, em Santos, breve terá uma sede. O primeiro tijolo para a construção do equipamento cultural se deu de forma tímida: um edital publicado no Diário Oficial do Município na terça-feira. O texto convoca empresas candidatas a construir uma oficina de manutenção e exposição de bondes em um dos anexos da Estação Ferroviária do Valongo, o Armazém 12-A.

Antonio Carlos Silva Gonçalves, secretário municipal de Infraestrutura e Edificações (Siedi), explica que a obra terá como finalidade principal a construção de uma estrutura para a manutenção dos bondes.

Neste local, também será promovida a capacitação de novos profissionais para as funções relacionadas à mecânica, elétrica e carpintaria dos veículos.

Funcionará como um celeiro para a formação da mão de obra responsável pelo atual acervo, com bondes que ultrapassam os 100 anos de idade.

Paralelamente aos serviços da oficina, um outro espaço dentro do armazém será reservado à exposição da frota, com 12 bondes ou reboques.

No galpão, de 530 metros quadrados, o projeto prevê a construção de um almoxarifado, uma ferramentaria, sanitários, vestiários, salas de treinamento e administração, além de refeitório, copa, salas de apoio e despensa.

Isso em uma edificação de dois andares que ocupa algo perto de 30% do espaço disponível. No espaço entre a perna e o braço deste hipotético L, os veículos ficarão em exposição em um conjunto de trilhos.

O prazo estipulado para a obra é de 120 dias. Os recursos, R$ 1.178.862,53, virão do Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias (Dade), fundo do Governo do Estado.

Primeiro passo

Conhecido dentro da Prefeitura com o mentor intelectual do Museu dos Bondes, Luiz Dias Guimarães, presidente do Santos e Região Convention & Visitors Bureau, conta que a adequação do espaço do Armazém 12-A para o uso do museu e oficina é o primeiro passo.

Numa segunda fase, de acordo com ele, haverá a adaptação do galpão hoje reservado para a guarda dos veículos, ao lado do armazém, como um espaço acessório para a cultura ferroviária.

“Parte do prédio, a mais próxima de Estação do Valongo, será utilizada como museu ferroviário; outra parte receberá o acervo de objetos (vestimentas, passagens, peças e outros ligados ao serviço de bondes”.

Há ainda um terceiro espaço que será utilizado como estação, onde será possível embarcar na janelinha e não perder o bonde da história.

Caçador não tem descanso

“O Museu Vivo Internacional de Bondes santista é, com certeza o melhor da América Latina”, comenta Luiz Dias Guimarães, conhecido como caçador de bondes. De acordo com suas contas, pelos nossos 5 quilômetros de trilhos divididos em duas linhas turísticas, já transitaram cerca de 1,1 milhão de passageiros, desde a reintrodução deste transporte na Cidade, em 2000.

De lá para cá, o acervo só fez crescer, incorporando veículos de várias procedências. Hoje, é formado por 12 bondes e reboques fabricados na Escócia, Portugal, Itália, Estados Unidos e em Santos.

E há ainda mais a chegar. “Estamos em processo adiantado de negociação para a importação de um bonde austríaco, um italiano, um português e um japonês. Paralelamente, mantemos contato com empresas de outros países para possíveis doações”, comenta o caçador.

Luiz frisa que a maior dificuldade para tropicalizar os bondinhos não é a documentação (apesar de esta ser bem trabalhosa) ou o preço dos veículos (geralmente doados por colecionadores ou empresas santistas).

O principal entrave é a bitola, a distância entre os trilhos. “Enquanto a maioria dos países trabalha com a bitola de 1,43 metro, nós, em Santos, dispomos de 1,35 metro de largura entre um e outro trilho. Somos obrigados a mexer nos eixos e outras peças para que os bonde de 1,43 emagreçam 8 centímetros para caber nos nossos trilhos”.


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