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Reter o FGTS do trabalhador demitido é ideia de ‘jerico’

Fonte: O Globo / Miriam Leitão

 
A proposta, em estudo, de reter parte do FGTS do trabalhador demitido é tola, estúpida. Para economizar no pagamento do seguro-desemprego, o saque da conta e da multa de 40% seria parcelado em três meses, revela a muito bem-informada repórter Geralda Doca, no GLOBO. Esse não é um dinheiro do governo, é do trabalhador. O projeto, discutido no Ministério do Planejamento, evidencia também uma administração confusa, que não sabe para onde vai. A ideia é contraditória com outras medidas defendidas pelo Planalto nos últimos meses.  
 
A direção adotada recentemente era oposta a essa. O saque das contas inativas, por exemplo, ampliou o acesso do trabalhador ao recurso que é dele. Reter o dinheiro restringiria um direito que o trabalhador tem desde sempre, que é sacar o fundo ao ser demitido sem justa causa.
 
É conhecido hoje por meio das delações que o fundo de garantia foi usado, muitas vezes, para apoiar negócios com base em corrupção. A JBS contou que os recursos do FI-FGTS para financiar a Eldorado foram liberados através de propina no governo passado.
 
O argumento da dificuldade fiscal não cabe aqui. Se falta dinheiro para fechar as contas, que o Ministério do Planejamento o encontre em outro lugar, e não retenha o recurso que pertence ao trabalhador. Tomara que essa ideia de jerico não prospere no governo Temer.
 

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