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Tarifas e PDZ, as prioridades do novo presidente do CAP

Fernanda Balbino/A Tribuna On-line - 24/04/2012

A necessidade de revisão das tarifas portuárias e a nova versão do Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ) do Porto são os dois projetos prioritários do novo presidente do Conselho de Autoridade Portuária (CAP) de Santos, Bechara Abdala Pestana Neves.
 
O arquiteto, que é secretário municipal de Planejamento de Santos, foi empossado na tarde de ontem, durante reunião ordinária do Conselho. Sua nomeação foi divulgada oficialmente na edição da última sexta-feira do Diário Oficial da União (DOU), pelo ministro dos portos, José Leônidas Cristino.
 
Bechara já era representante da Administração Municipal no CAP e ocupa agora a vaga do secretário de Assuntos Portuários e Marítimos de Santos, Sérgio Aquino. O ex-presidente se desligou do cargo para se dedicar a sua campanha pela Prefeitura de Santos, como candidato do PMDB, no final do ano.
 
O nome do novo representante da Prefeitura de Santos no CAP ainda não foi divulgado. Ele será escolhido e indicado pelo prefeito João Paulo Tavares Papa (PMDB), que participou da cerimônia de posse.
 
Para o prefeito, o acesso e a regulação da chegada da carga ao Porto de Santos são dois pontos importantes que devem ter a atenção do novo presidente do Conselho. A mesma opinião tem Bechara, que considera ainda a necessidade de uma infraestrutura adequada à expansão do Porto como o grande desafio do complexo em sua gestão.
 
Entre os projetos sob análise do CAP, a revisão da tarifa portuária é um dos temas que chamam a atenção do novo presidente. Segundo ele, um dos grupos de trabalho do conselho analisa o caso e concluirá um parecer. O material será encaminhado, no menor tempo possível, à plenária para aprovação dos membros.
 
“A Autoridade Portuária vem batendo recordes e obtendo lucro, o que é muito bom. Mas é fundamental analisarmos essa possibilidade (de aumento da tarifa) com cuidado, porque há sete anos não há revisão. É importante avaliar para que a Codesp consiga a redução do passivo da empresa, como já vem fazendo”, destaca Bechara.
 
Expansão
 
Outro projeto importante que passará pelo CAP nos próximos meses é a aprovação do novo PDZ do Porto. O material deverá ser entregue pela Codesp para a análise do Conselho. Com base no plano, será possível definir as necessidades do complexo santista nos próximos anos, tendo em vista a expansão de suas atividades.
 
“No PDZ, poderemos discutir áreas de expansão que somam 16 quilômetros quadrados, em locais como a Área Continental de Santos. Com isso, fica claramente demonstrada a necessidade de obras de infraestrutura, inclusive nos acessos”, afirma o presidente do CAP.
 
A chegada ao cais santista é tema de extensas discussões quando a origem é o Planalto. Em todas, uma coisa é certa: a necessidade da revisão da matriz de transporte. Isto, por conta do alto número de caminhões que utilizam o Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI) para levar a carga ao Porto.
 
É neste sentido que Bechara promete investir na possibilidade de novas soluções para o acesso aos cais. E a mais segura é a maior utilização da matriz ferroviária. “Se neste País, não mudarmos a escolha pela matriz rodoviária, todas as cidades de médio e grande porte irão a colapso. Eu não tenho dúvidas. Quanto mais espaço se dá para o modal rodoviário, mais ele cresce. É preciso melhorar essa estrutura que já existe, mas é preciso investir no modal ferroviário”, explica.
 
Continuidade
 
A escolha de Bechara para o cargo foi vista pelos conselheiros como uma forma de manter a gestão do CAP nos mesmos moldes aplicados pelo ex-presidente Sérgio Aquino.
 
“É um aprendizado muito grande trabalhar em colegiado. É preciso que o vetor aponte para a mesma direção e sentido e o CAP agregou muito às discussões”, destaca o diretor-presidente da Codesp, José Roberto Correia Serra.
 
Já o prefeito de Santos, João Paulo Papa, enfatizou a escolha de mais um representante da comunidade portuária santista para a presidência do Conselho. “A gestão do Aquino foi um período de transição e consolidação do CAP. Um novo representante local é uma fórmula acertada do Governo Federal”.
 
Em sua despedida, Aquino destacou a maturidade do Conselho, criado a partir da Lei nº 8.630/93. “Estamos encerrando um ciclo que coloca de maneira concreta a posição de gestão local. Isso ficou sedimentado no posicionamento do Governo Federal com a escolha do Bechara”.

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