Artigos e Entrevistas

Infraestrutura: Desse mato não sai coelho

Fonte: DCI / Paulo Schiff
 
Países inteligentes saíram de crises com investimento em projetos que geram renda


 
Governo e manchetes de jornais bateram na mesma tecla o ano todo: ajuste fiscal. Ninguém aguenta mais. Nem os empoeirados economistas do Fundo Monetário Internacional conseguiriam enfiar goela abaixo do País uma receita mais ortodoxa que essa: corte de despesas e aumento de impostos.
 
O problema é recessão. O remédio é mais recessão?
 
Porque o corte de despesas no Brasil atinge só, e somente só, investimentos do governo. A estabilidade no emprego não permite a redução do quadro de concursados. A fragilidade política mantém todos apadrinhados nos cargos de confiança e impõe, a cada votação no Congresso, a contratação de mais alguns. Então o corte é no investimento em infraestrutura. Que já é minúsculo, na casa de 2% do PIB.
 
O aumento de impostos serve para cobrir rombo. Então retira-se capacidade de investimento das empresas e das pessoas físicas para pagar salários e benefícios de funcionários públicos.
 
De onde vai vir o investimento, então?
 
No Porto de Santos, o mais importante do País, estrangulado nos acessos rodoviários e carente e deficiente nos ferroviários, o cenário é o de obras paralisadas, em ritmo de tartaruga ou nem iniciadas.
 
Países com vida inteligente no governo saíram de crises com investimentos em infraestrutura. É só estudar um pouquinho de História.
 
Em um primeiro momento, investimentos geram empregos e renda e fazem a moeda, sangue da economia, circular. Em um segundo momento, injeção é de competitividade internacional nos setores produtivos pela redução dos custos logísticos por tonelada.
 
Se não tem dinheiro brasileiro para financiar investimentos, por que não captar no mercado internacional?
 
O problema é que, para buscar recursos, é necessário projetos bem feitos e que tragam vantagens logísticas.
 
Alguém aí na plateia acredita que isso esteja na pauta e nos objetivos dos ministros da área? O ministro-chefe da Secretaria Nacional de Portos, Helder Barbalho, da cota recente do baixo clero do PMDB. E o ministro dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues, da cota do PR, no início do mandato de Dilma.
 
Se em uma conversa alguém falar para esses dois de investimentos em infraestrutura, eles vão achar que é ou ofensa ou piada nova...
 

Imprimir Indicar Comentar

Comentários (0)

Compartilhe