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Concurso público na Codesp para amarração

Fonte: Sindaport / Everandy Cirino dos Santos (*)

 
O SINDAPORT é plenamente favorável a realização de concurso público na CODESP para o preenchimento de vagas nas atividades de amarração, conforme matéria publicada no Jornal A Tribuna neste último sábado, dia 22 de agosto.
 
O Sindicato, inclusive, há muito tempo e por diversas vezes, oficializou a Codesp sobre esse tema, além do Ministério Publico do Trabalho, cuja ação resultou na celebração de um Termo de Ajuste e Conduta (TAC), pelo qual a estatal portuária se comprometeu a realizar concurso público.
 
Apesar de ser amplamente favorável para que os serviços de atracação e amarração, essenciais e atividades fins da Codesp, sejam desenvolvidas por empregados próprios admitidos através de concurso público e não mais por cooperativas ou empresas terceirizadas, o Sindaport se reserva o direito de discordar totalmente com o regramento do referido concurso público.
 
Na opinião do Sindaport, em face da nova reestruturação de suas atividades e rotinas, resultado de um longo trabalho voltado para o futuro, segundo a Secretaria de Portos (SEP) e a empresa de consultoria Deloitte, a Codesp não deveria mais exigir nível de escolaridade apenas Ensino Fundamental, por vários motivos, entre eles porque o plano de cargos e salários da Codesp engessa os empregados a partir de sua admissão. Ou seja, quem entrar como auxiliar portuário para as atividades de amarração, nunca mais poderá ascender à técnico portuário de nível médio, como esse também, não poderá ir para nível superior, os EP’s - Especialistas Portuários. Mesmo que o empregado se aprimore nos estudos não terá chances de crescimento profissional dentro da empresa, podendo ter que sair do emprego.
 
Outra grande possibilidade apontada pelo Sindaport, como injusto exigir apenas nível fundamental, é que a maioria dos inscritos para estas vagas de trabalho na amarração, em razão da crise financeira e desemprego que vivemos no momento, pelos salários e benefícios oferecidos, terão na maioria dos candidatos inscritos, pessoas com nível escolar médio ou até mesmo nível superior, que poderão entrar para as vagas oferecidas enquanto prestam outros concursos em suas áreas de trabalho específicas.
 
Nossa opinião se baseia na realidade que a Codesp vive hoje, levando-se em conta que muitos dos empregados admitidos nos últimos concursos públicos já pediram demissão e foram buscar melhores possibilidades de ascensão profissional em outras empresas, gerando problemas em razão da descontinuidade administrativa e operacional no cotidiano da estatal. Ressalte-se, ainda, o desperdício do dinheiro público decorrente do processo seletivo, editais, trâmites para a contratação, treinamentos e etc., que são jogados na lata do lixo depois de pouquíssimo tempo.
 
E qual seria a solução para isso? O Sindaport entende ser muito simples e sugere que a Codesp deva desde já iniciar o processo de extinção da categoria de "auxiliar portuário", com exigência apenas de nível fundamental, não só para o concurso público futuro como também para os empregados já lotados nos quadros da empresa, estabelecendo-se um período de transição no qual todos, no mínimo, sejam técnicos portuários, com nível de escolaridade de ensino médio.
 
Talvez a empresa não esteja pensando no futuro e tampouco preocupada se esses novos empregados admitidos no concurso público ficarão por muitos anos ou sairão depois de meses. Talvez o principal motivo para admitir novos empregados, tais como auxiliar portuário, seja a tabela salarial mais baixa gastando-se menos no presente, ainda que isso represente prejuízos futuros.



(*) Everandy Cirino dos Santos, presidente do Sindaport

 

 


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Comentários (2)

José Arnaldo Santos
Data: 25/08/2015 - 19h35

"...O Sindaport entende ser muito simples e sugere que a Codesp deva desde já iniciar o processo de extinção da categoria de "auxiliar portuário", com exigência apenas de nível fundamental, não só para o concurso público futuro como também para os empregados já lotados nos quadros da empresa, estabelecendo-se um período de transição no qual todos, no mínimo, sejam técnicos portuários, com nível de escolaridade de ensino médio."
Excelente matéria.. isso é de que quem conhece os problemas existentes no quadro de pessoal da CODESP.. Parabéns...

Antonio Sergio de Oliveira Dias
Data: 25/08/2015 - 11h33

Parabéns presidente, todos sabemos da necessidade de aprimoramento profissional e possibilidade de ascensão dentro da empresa, como já ocorreu no passado, quem sabe algum iluminado dentro da CODESP, possa entender o recado.

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